Ao longo da história da ASUFSC, (hoje SINTUFSC), as oposições sempre denunciaram o continuísmo, o assistencialismo, o paternalismo e outras tantas maneiras de ferir, com palavras, quem administrava nossa entidade representativa.
Lembro que no passado (em meados de 1982) a ASUFSC era administrada por professores, quando então apareceu um grupo de sócios que queria mudanças de todo tipo: como uma associação com um quadro diretivo composto somente por servidores técnicos e administrativos, e esse grupo conseguiu, pois, com uma chapa composta apenas por servidores, derrotou nas urnas os “ditos malfeitores da época”.
Com isso, houve um avanço, pois os sócios, a partir daí, passaram a contar com um jardim de infância para seus filhos, cirurgiões dentistas, aulas de ginástica e empréstimos me bancos privados, cursos para filhos de associados, convênios com diversos estabelecimentos comercias, por exemplo.
Realmente foi uma transformação histórica dessa entidade fundada em 1969, que parecia em estagnação, que praticamente nada oferecia a seus associados, a não ser alguns poucos convênios: MEDISAN (atual UNIMED) e algumas casas comerciais da pacata Florianópolis da época. Naquele momento da história da UFSC entravam servidores sem concurso público, os tempos eram outros.
Mas o que me faz escrever estas linhas é a necessidade de perguntar, aos dirigentes do atual SINTUFSC e também aos dirigentes do SINTUFSC do passado, onde andam o jardim de infância dos filhos dos servidores e os cirurgiões dentistas destinados aos servidores e suas famílias? O que estão fazendo com o imóvel de grande porte que compraram na praia do Pântano do Sul (Florianópolis)? E ainda saber: a quem pertencerá aquele imóvel, uma vez
que foi adquirido com fruto do trabalho dos servidores, imóvel esse, prometido para que os sindicalizados usufruíssem com suas famílias, no seu lazer e com saúde.
Sempre falo, quando tenho oportunidade, que estamos entrando na 3ª idade, e depois dela todos sabemos onde chegaremos, não é mesmo? Preciso dizer? Claro que não! Então, senhores, que se dizem profundos conhecedores da alma humana, que se dizem também solidários com as questões dos menos favorecidos, que se dizem protetores do HU, do HEMOSC e de tantas outras instituições e combatentes em lutas que vivem travando, e que muitas vezes nada têm a ver com o dia-a-dia do nosso SINDICATO, pois levam para assembléias inúmeros pleitos de ajuda para diversos movimentos, e esquecem do principal objetivo que levou à sua criação: cuidar do seu sindicalizado.
A saudosa ASUFSC, arrancada dos trabalhares da Universidade por um grupo (outro grupo), já fazia greve – e isso numa página triste do nosso País, quando éramos governados por um regime de exceção, o regime militar -, hoje fazer greve é fácil, pois até os policiais a fazem.
Faço essa reflexão para pedir aos atuais dirigentes do SINDICATO DOS TRABALHADORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA mais RESPEITO com a nossa categoria e mais ESFORÇO (boa vontade) dessa coordenação sindical para criarmos mecanismos diversos em apoio aos trabalhadores de nossa UNIVERSIDADE.
Criem comissões para:
1) Dotar nosso imóvel no Pântano do Sul de estrutura para abrigar nossos sindicalizados e familiares na futura sede de praia;
2) Estabelecer um Fundo de Assistência ao Servidor com doenças terminais, em apoio a gastos com clínicas médicas e exames complexos de alta demanda financeira;
3) Festa do Dia da Mulher, com palestras e quem sabe com convidados de nível nacional ou internacional;
4) Dia das crianças;
5) Programar atividades de lazer para comemorações, como festa da família, festa junina, comemoração do dia do servidor público, Páscoa, Natal, aniversário do sindicato, homenagem ao sindicalizado que tiver mais idade, com presente e placa, por exemplo.
Com referência ainda ao “nosso imóvel”, temo que seja invadido e, se assim for, a responsabilidade cairá, com certeza, sobre a coordenação que adquiriu o terreno e também sobre todos que por ela passaram sem nenhuma providência tomar. Será que existe algo obscuro na aquisição daquela terra?
Essas reivindicações que apresento é para mostrar que, entra grupos e saem grupos, e o Sindicato permanece o mesmo: quase nada é feito. Então, vocês, atuais dirigentes, que não foram forçados a assumir nosso sindicato, pois optaram de livre e espontânea vontade pelo exercício da candidatura, cumpram com suas obrigações.
“Enquanto isso, a vida segue”, e para quem servirá tudo o que construímos? Será que nosso sindicato de luta só sabe jogar pedradas na vitrine alheia? Pois, para cobrarmos de nossos governantes, acho melhor fazermos primeiro a lição de casa!
Atenciosamente,
Miguel Arcângelo Broering




