O Diário Catarinense, do dia 18/2/08, página 7, divulgou notícia de que uma comissão de sindicância instaurada no Senado, após quatro meses de investigação, resolveu punir com advertência o servidor daquela casa, Marcos Santi. Motivo: o servidor denunciou o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, por retardar as investigações que estavam sendo realizadas sobre sua pessoa, articulando manobras junto aos servidores do Senado para fazer valer sua função.
Considerando que fossem verídicas as informações divulgadas pelo servidor Santi, fazemos as seguintes ponderações, a título de estímulo à reflexão:
1º) A comissão instaurada investigou sobre a veracidade das denúncias do servidor? Ou será que isso não importa?
2º) Se fossem verdadeiras as denúncias, o senador não deveria ser punido?
3º) O parecer da comissão é de que o servidor deveria denunciar o fato aos seus superiores. Portanto, meu caro amigo servidor público, a mensagem do poder, é bem clara: se você observar ou souber de algum procedimento ilícito de algum servidor público deverá denunciá-lo a seu chefe imediato, e, caso seja o próprio, ou o mesmo seja conivente com o fato, fique calado, pois você corre o risco de ser punido.
4º) Se o servidor em questão denunciasse o fato aos seus superiores, os mesmos tomariam alguma atitude? É fato que durante um bom período do ano de 2007 as decisões envolvendo o citado senador foram postergadas ao máximo, juridicamente, e como as provas duvidosas nada esclareciam, muitos senadores evitavam emitir opiniões sobre o assunto. Enfim, ficou um ambiente tumultuado e tenso, enquanto os interesses pessoais do referido senador é que sobrepujaram os interesses da nação.
5º) Qual dos dois (senador e servidor) teve uma atitude mais correta?
6º) O senador foi acusado de uma série de irregularidades. Após um longo período, em que toda a nação foi prejudicada, o mesmo renunciou, continuando com todos os privilégios.
