Nascida em 20 de maio de 1958, Raquel Jorge Moysés foi técnica-administrativa em educação e uma profissional dedicada, altamente qualificada e comprometida com a universidade pública. Ao longo de 33 anos de sua carreira na UFSC, contribuiu decisivamente para a criação da Agência de Comunicação (Agecom) e do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA). Além de sua relevante atuação técnica e acadêmica, Raquel foi uma líder sindical importante, defendendo incansavelmente os direitos dos técnicos-administrativos em educação e a luta pela universidade pública e gratuita.
Raquel ingressou na UFSC em 14 de janeiro de 1981 e se aposentou em 6 de maio de 2014. Formou-se em Comunicação Social – Jornalismo na Universidade Federal do Paraná em 1980, especializou-se em Jornalismo Científico em 1983 e obteve seu doutorado em Comunicação Social pela Università Cattolica del Sacro Cuore, na Itália, em 1990.
Durante sua trajetória profissional, atuou como repórter na Agecom, onde revelou notável competência. Em 1994, assumiu a função de Chefe da Divisão de Jornalismo da Agecom e, em 1997, tornou-se Diretora de Jornalismo e Marketing, cargo que ocupou até 2001. Nesse período, coordenou o premiado Jornal Universitário (JU), uma referência na comunicação universitária brasileira. Raquel também foi fundamental na formulação da Política Pública de Comunicação da UFSC, modelo que inspirou diversas universidades do país.
Em 2004, participou do projeto Observatório Latino-Americano, que buscava abrir espaço institucional para os estudos sobre a América Latina. Em 2006, integrou o grupo fundador do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA), o primeiro desse tipo em universidades brasileiras. No instituto, atuou como jornalista informando e formando na temática latino-americana. Fez parte da organização das Jornadas Bolivarianas, evento acadêmico e científico que reúne pesquisadores nacionais e internacionais para pensar a conformação política, econômica e social do Brasil e da América Latina.
Raquel também se destacou na produção de conhecimento científico e na formação universitária. Em 2001, publicou o artigo “Morrer de tanto rir” na “Motrivivência – Revista de Educação Física, Esporte e Lazer”, do LaboMídia/UFSC, onde analisou as relações entre o esporte espetacularizado e a mídia televisiva. Em 2005, participou do projeto de pesquisa “Os povos originários de Nuestra América: a recuperação cultural das civilizações autóctones”.
Sua dedicação à defesa da universidade e do jornalismo crítico foi constante. Em 2005, junto com Elaine Tavares, ministrou o minicurso “Jornalismo Libertador” e publicou o capítulo “Esta democracia? Ou a invenção do novo” no livro organizado por Waldir José Rampinelli, Valdir Alvim e Gilmar Rodrigues, “Universidade: democracia ameaçada”.
Comprometida com as lutas dos trabalhadores, foi ativa no Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc), onde atuou como Diretora de Comunicação e, posteriormente, como Coordenadora-Geral. Participou das gestões de 2001 a 2009, liderando mobilizações em defesa da universidade pública, contra o assédio moral e pela valorização da categoria.
Nos anos 2000, organizou, juntamente com Elaine Tavares, a mostra cultural Eko Porã na universidade, que celebrava a chegada da primavera ao homenagear a cultura indígena brasileira e latino-americana. O evento, cujo nome em guarani significa “vida boa e bonita para todos,” visava celebrar práticas anti-hegemônicas e anti-sistêmicas de preservação da vida humana e do planeta.
Raquel dedicou anos de sua carreira à UFSC, e sua contribuição à instituição é imensurável, refletindo-se na qualidade de seu trabalho e na paixão com que defendeu a universidade pública. No dia 18 de novembro de 2025, recebeu o título de Técnica-Administrativa Emérita em sessão do Conselho Universitário da UFSC.





