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Eles combinaram de nos martar, mas nós combinamos de não morrer”

18/11/2022

Eles combinaram de nos martar, mas nós combinamos de não morrer”

Ataques racistas, machistas e transfóbicos são utilizados para expulsar a diversidade e as classes populares da Universidade; No entanto, os movimentos estudantis e sindicais não fogem à luta por uma Universidade pública de qualidade e mais inclusiva.

Era um domingo à noite do mês de outubro de 2022, e na tela da televisão de milhares de brasileiros a Universidade Federal de Santa Catarina virou notícia nacional. Naquela noite, a UFSC não estava sendo reconhecida por possuir 165 pesquisadores entre os mais influentes da América Latina ou por alguma contribuição científica relevante. A reportagem televisiva do programa “Fantástico” mostrou como a Polícia Civil desmontou uma célula neonazista com ramificações em Florianópolis, Joinville e São José. Quatro criminosos presos na operação são estudantes da UFSC.

A notícia chegou para muitos com ar de novidade, mas há tempos que a comunidade universitária da UFSC vem vivenciando situações racistas, sexistas e LGBTQIA+fóbicas. Discursos que incitam o ódio às minorias sociais já foram encontrados nas paredes de banheiros e ouvidos em situações ocorridas dentro de salas de aula. A operação que prendeu estudantes universitários que faziam parte de uma organização criminosa só escancarou esta situação insustentável.

Um dia após a reportagem, mensagens neonazistas, racistas e misóginas foram encontradas no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), onde estudava um dos criminosos que foi preso pela Polícia Civil. A resposta das entidades representativas da UFSC foi imediata. Atos contra as manifestações neonazistas ocorreram na UFSC dias depois.

A gestão da Reitoria deu celeridade à construção da proposta de Minuta de Resolução que institui a Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional na UFSC. A proposta, que vinha sendo construída desde 2018, se aprovada pelo Conselho Universitário, deve regulamentar como ocorrerá o enfrentamento ao racismo na instituição. A política prevê como devem ser feitos os registros das denúncias de racismo, a caracterização do que se configura como ato e prática de racismo, bem como o acolhimento das vítimas. A proposta foi apresentada em Audiência Pública no dia primeiro de novembro e ainda neste mês será apreciada pelo Cun.

Em reunião com o Reitor Irineu Manoel de Souza, o SINTUFSC questionou quais providências estavam sendo tomadas pela instituição quanto às manifestações racistas e fascistas que ocorrem na Universidade. O Reitor respondeu que as provas destes atos foram encaminhadas para a Polícia Civil. A comunidade acadêmica continua pressionando a reitoria para encaminhar medidas mais duras contra os criminosos que estão sendo investigados por atos neonazistas. No dia 7 de novembro, uma carta com reivindicações de discentes, docentes e técnicos-administrativos foi entregue à reitoria em ato realizado pelo movimento estudantil da UFSC.

 

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