Nesta quarta-feira (22) aconteceu o primeiro encontro da “Jornada sobre o Teletrabalho” promovida pelo SINTUFSC. Durante o evento foi relatada a experiência da implementação do teletrabalho no INSS e no IFSC. A mediação foi feita por Jorge Cordeiro Balster, TAE da UFSC e diretor do SINTUFSC e contou com a participação de Idney Silva Júnior, Técnico em Assuntos Educacionais no IFSC e ex-TAE na UFSC e Magali Ines Pessini, Pedagoga e membro da CIS no IFSC e Luciano Wolffenbüttel Véras, Analista do Seguro Social, Diretor do Sindprevs/SC e da FENASPS.
Idney Silva Júnior e Magali Ines Pessini criticaram a Instrução Normativa 65 (sobre o teletrabalho) já que ela não foi debatida nem mesmo dentro do próprio governo e nem entre os Ministérios, muito menos foram ouvidos os trabalhadores para elaborar uma proposta. Ressaltaram que a IN65 foi editada num governo declaradamente inimigo do serviço público e da educação. E afirmaram que não podemos fazer um debate acrítico.
Falaram também sobre os aspectos de implementação no IFSC e explicaram que ainda estão analisando como essa questão está sendo dada na prática, já que a IN65 veio de cima para baixo sem nenhuma discussão com os trabalhadores. Contaram como os trabalhadores se organizaram em GTs para elaborar propostas sobre esse tema. Também explicaram uma especificidade que no IFSC incluiu os docentes. E afirmaram que devemos pensar o Programa de Gestão para e com seus trabalhadores.
Também questionaram o individualismo que se dá nesse caráter de trabalho, fragmentando o trabalho, sendo o trabalhador visto apenas como uma mera ferramenta. Dessa forma os trabalhadores em educação perdem seu protagonismo e a dimensão do seu trabalho como um todo. Segundo, Idney e Magali, não se trata de saber como iremos fazer o teletrabalho a partir dos contextos locais, a IN65 é um instrumento de controle de como o trabalho irá ser registrado e avaliado. Como vamos fazer o teletrabalho? Questionam.
Os servidores finalizaram dizendo que não devemos abominar o programa de gestão, mas sim a qualificação da implantação e na discussão deste em nossos locais de trabalho e possibilitar espaços de debates.
Luciano Wolffenbüttel Véras relatou a experiência do INSS que foi o primeiro órgão do serviço público a implementar um programa de gestão baseado em metas e produtividade, seguindo a lógica da iniciativa privada. Assim, o teletrabalho veio como uma solução rápida para garantir uma suposta melhor qualidade de vida para o servidor, o que com o tempo foi se mostrando uma inverdade.
Luciano explicou como o trabalho remoto no INSS tem afetado a rotina de trabalho e impactando diretamente os usuários e servidores, com a perda da pessoalidade e desumanização do atendimento. Para ele, o teletrabalho dificulta o acesso ao direito do segurado e faz com que os servidores fiquem isolados, quase impossibilitando a organização dos trabalhadores.
🎥 Assista o debate na íntegra na TV SINTUFSC: https://www.youtube.com/watch?v=jDbPWJhMO_Q
A Jornada sobre o Teletrabalho consistirá em quatro encontros com o objetivo de subsidiar o debate para a melhor compreensão e entendimento sobre esse assunto tão relevante para toda a categoria dos TAES.
O próximo evento acontecerá no dia 28/06, às 18h30, e irá abordar os aspectos jurídicos dessa modalidade de trabalho e será transmitido ao vivo pelos canais do SINTUFSC na internet.
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