O ano de 2024 ficará marcado pela grande greve das universidades federais brasileiras. Um movimento construído por trabalhadores para defender a nossa carreira e a universidade pública frente ao descaso do governo com o serviço público, os cortes no orçamento das IFES impostos pelo arcabouço fiscal e as ameaças da Reforma Administrativa.
A greve nacional, que durou quatro meses, foi uma demonstração da força da nossa categoria. Construída de forma coesa, apesar das adversidades, mostrou a disposição de luta dos TAEs em todo o país. Foram os trabalhadores na base que fizeram o movimento acontecer. No entanto, o resultado foi aquém do que merecíamos. O acordo firmado nacionalmente, foi aprovado às pressas e trouxe poucos avanços concretos. Nosso reajuste foi menor que o necessário para
recompor nossas perdas, as principais modificações na carreira foram negadas e o orçamento das universidades se manteve às minguas. Uma prática de um governo
de conciliação que mantém a política de terceirizar nossa categoria e precarizar as universidades, o baixo apoio de parlamentares ao nosso movimento e ao
comportamento entreguista de correntes de nossa federação. Nossa base discutiu, alertou e se preparou para encarar de cabeça erguida.
No Sintufsc, mostramos coerência em todas as votações. Fomos uma das primeiras bases a aderir à greve e rejeitamos o acordo que condicionava a concessão dos benefícios para dividir a luta dos servidores públicos federais; algo que, infelizmente, se concretizou e fragilizou o movimento. Fomos também uma das últimas bases a encerrar a greve, pois acreditamos que o acordo final não havia sido discutido de forma ampla e transparente com os trabalhadores. Essa postura firme demonstra que nossa luta não é apenas por condições imediatas, mas por princípios que defendemos coletivamente.
No cenário local, conseguimos vitórias significativas que refletem a força da nossa mobilização. Nossa greve enfrentou duros ataques, especialmente com a intervenção judicial que obrigou o retorno dos trabalhadores do Hospital Universitário (HU) às suas atividades. Essa medida autoritária gerou uma resposta contundente, culminando na campanha “Fora Spyros” e na nossa exigência de eleições diretas para a superintendência do HU, acatada pela reitoria de forma mediadora. Denunciamos também as condições insalubres no Restaurante Universitário (RU), destacando os riscos para a saúde dos trabalhadores
e a segurança alimentar da comunidade acadêmica.
Reafirmamos a importância do Serviço de Atenção à Saúde do Servidor (SASC) e pela revisão dos laudos de insalubridade dos trabalhadores do HU. Oportunizamos
espaços para que os trabalhadores dos campi fossem verdadeiramente ouvidos e pudessem colocar suas demandas à reitoria. Essas conquistas, embora locais,
são parte de um esforço maior de defender direitos que são coletivos.
A greve de 2024, construída por cada trabalhador, prova que a organização coletiva é nossa maior arma. Essa foi mais uma das muitas batalhas que enfrentaremos. Nós sabemos que o ataque aos TAEs não é meramente parte de uma política econômica dos diferentes governos, mas a tentativa de derrubar uma base que luta pela universidade pública. Mas, nós trabalhadores da UFSC, estamos e estaremos “atentos e fortes”. Seguimos lutando por vida digna, salário justo e educação pública.
Estamos prontos para as batalhas que se avizinham!
TAEs em luta