Artigo escrito por Miguel Broering
O Governo do PT (Dilma), do PMDB (Michel Temer) e dos partidos aliados deram reajuste salarial aos servidores docentes das universidades brasileiras, já para o ano 2012. Porém, para os servidores técnicos administrativos, nem negociar o governo quis. Impôs que saíssemos da greve antes. Ficamos 115 dias em greve. Vale lembrar que antes de entrarmos em greve, estávamos desde 2007 pedindo ao Governo Federal que abrisse negociação. A greve é a única ferramenta que o servidor da educação e da saúde tem para reivindicar direitos trabalhistas. Nessa greve, as principais reivindicações dos trabalhadores eram reajuste salarial, concessão de piso de três salários mínimos, isonomia salarial e de benefícios, racionalização de cargos e abertura de concursos públicos para a substituição da mão de obra terceirizada. Lutamos também contra o Projeto de Lei n° 1.749/2011, que abre os Hospitais Universitários para a iniciativa privada. É lastimável o que estamos presenciando no Brasil. O Plenário aprovou, por 240 votos a 112, com 4 abstenções, o substitutivo do deputado Danilo Forte (PMDB-CE) para o Projeto de Lei nº 1.749/11, do Executivo, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para administrar hospitais universitários federais e regularizar a contratação de pessoal desses órgãos, atualmente feita pelas fundações de apoio às universidades. É impossível imaginar os Hospitais Universitários sendo usados para outros propósitos que não o Ensino e a Pesquisa, com atendimento aos menos favorecidos de nossa população carente. Os alunos que usam os HUs como sala de aula e os profissionais da área da saúde não se manifestaram para fazer o enfrentamento necessário no sentido de impedir que o PL nº 1.749/11 fosse aprovado. Temos agora que lamentar e esperar que novos líderes apareçam na classe política brasileira e revejam esses erros. Saímos sem ganhos, nossas reivindicações não foram atendidas, é verdade, mas a vontade de lutar não diminuiu. Vamos nos organizar para entrarmos em greve em 2012 com mais vontade, com novos setores da UFSC fechados, de forma mobilizada e unida. Para reflexão: “É melhor lançar-se à luta em busca do triunfo mesmo expondo-se ao insucesso, que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito; E vivem nessa penumbra cinzenta sem conhecer nem vitória nem derrota.” Franklin Roosevelt.
