O SINTUFSC e a pandemia: Uma resposta ao texto escrito pelo Prof. Fábio Lopes e publicado no site da APUFSC: “UFSC morta e ausente”

O SINTUFSC e a pandemia: Uma resposta ao texto escrito pelo Prof. Fábio Lopes e publicado no site da APUFSC: “UFSC morta e ausente”

Dentre as diversas possíveis definições para a “política”, uma delas é concebê-la como a arena dos conflitos. Independente de qual seja a concepção adotada, é bastante difícil compreendê-la esterilizando a dimensão das forças que se medem em todas as disputas da sociedade. Entretanto, numa sociedade civilizada, especialmente no interior de uma universidade, onde se presume encontrar as mentes mais virtuosas, espera-se que essas disputas ocorram dentro de limites éticos adequados. Limites estes que, quando rompidos, revelam muito mais a deformidade de caráter daquele rompe do que daquele a quem este deseja atacar.

No último dia 02 de março o Prof. Fábio Lopes da Silva, atual diretor do Centro de Comunicação e Expressão e também, segundo consta, Coordenador de Campanha da Candidatura “UFSC Sempre”, dos candidatos Prof. Edson de Pieri e Prof.ª Marcela Veiros, publicou no site da APUFSC – Sindical o texto intitulado “UFSC morta e ausente”, onde tece críticas à atual gestão da universidade, e afirma que: “Assim como os responsáveis pela Administração Central, dirigentes de entidades de representação dos técnicos-administrativos e estudantes também se comportaram de modo lamentável durante a pandemia. No fundo, mostraram-se plenamente satisfeitos com a inação dos gestores, que permitia que todos ficassem quietinhos em casa, sem precisar enfrentar os dilemas e decisões que uma crise como a que vivemos impõe a qualquer adulto da espécie.” 

É de se lamentar que, em nome de uma conveniência eleitoral, no afã de agradar seu novo grupo de aliados, o prof. Fábio falte com a verdade ao se referir à representação dos Técnicos-Administrativos. Alegar que os técnicos-administrativos estiveram de qualquer forma satisfeitos e em silêncio durante a pandemia é um verdadeiro acinte com a categoria dos TAEs.

Comecemos pelo principal: quase 50% dos Técnicos-Administrativos da Universidade estão lotados no HU. Estes trabalhadores estiveram, desde o início da pandemia, na linha de frente da sociedade em defesa dos efeitos catastróficos da pandemia e da omissão do Governo em seu enfrentamento, expondo cotidianamente suas próprias vidas e de seus familiares e lidando com a precarização sistemática de suas condições de trabalho, empenhadas pela EBSERH, que não disponibilizou o EPI adequado durante os momentos mais críticos da pandemia e teve a audácia de cortar o fornecimento de refeição aos profissionais de plantão durante o turno de trabalho. Tudo isso com omissão criminosa por parte da Administração Central. O SINTUFSC esteve junto, ombro a ombro com estes trabalhadores, realizando atos presenciais no HU, uma Assembleia-Geral voltada para o HU, a primeira da história do Sindicato, segundo levantamento, apresentou diversas denúncias à vigilância sanitária e ao Ministério Público, e buscou mediar situações diretamente com a Direção do Hospital, em audiências públicas.

Os demais trabalhadores da UFSC também não estiveram paralisados, mantendo em funcionamento, em trabalho remoto, todos os setores administrativos da Universidade. Desde o início da pandemia, todas as ações do Sindicato foram no sentido de resguardar a saúde e a vida dos trabalhadores, incluindo os terceirizados, e para isso, junto às representações da APUFSC, DCE e APG, adotamos postura colaborativa em relação à Administração Central, compondo os comitês e subcomitês criados para formulação das políticas a serem adotadas durante esse período de excepcionalidade.

Denunciamos, durante todos esses dois anos, os diversos desmandos da Reitoria, que passou por cima de normativas criados por ela própria, ignorou o Conselho Universitário e deu as costas para os referidos comitês e subcomitês, trazendo um ar de insegurança sanitária e administrativa para toda a Universidade. Máscaras sem a especificação exigida, álcool-gel vencido e desrespeito recorrente ao Guia de Biossegurança foram fatos sistematicamente expostos pelo sindicato, nas 29 Assembleias-Gerais e Setoriais realizadas somente no ano de 2021, no Jornal Circulação, enviado mensalmente à residência de nossos mais de 3.000 filiados, nas Audiências Públicas, muitas vezes ignoradas pela Administração, nos 17 atos realizados, nos 4 cursos de formação. As práticas de assédio, que configuram em si um outro tipo de endemia típica de nossa universidade e cujos casos se multiplicaram durante os últimos dois anos, também foram objeto de ação deste Sindicato, que mediou diversas situações trazidas pelos trabalhadores, e, para além da solução de casos pontuais, cobrou (e segue cobrando) uma política séria de combate a este fenômeno pela PRODEGESP.

Nacionalmente, mantivemos nossa intervenção junto à FASUBRA, com delegados em todas as plenárias ocorridas no período, e participamos de atos locais e nacionais contra a Reforma Administrativa. Estivemos presentes, com delegação fixa, porém com membros rotativos, compostos por integrantes da base e da diretoria, por 35 dias em Brasília, construindo junto a outras entidades do Serviço Público Federal as mobilizações contra a PEC32 e trabalhando presencialmente no Congresso Nacional, visitando gabinetes de parlamentares em busca de votos contrários à PEC que destruiria o Serviço Público tal qual o conhecemos.

Internamente, tampouco estivemos inertes. Nas mais de 100 reuniões de diretoria ocorridas no período, para além das ações políticas já mencionadas, efetuamos uma modernização da estrutura administrativa do sindicato, adotando novos sistemas de informação, novos procedimentos de contabilidade e a reorganização dos setores administrativos, visando ampliar e melhorar o atendimento prestado a nossos filiados.

A afirmação, diante dos fatos, que satisfação e aquietação, mesmo que residuais, fossem sentimentos aplicáveis aos TAEs da UFSC e seus representantes durante a pandemia é um fato que não se sustenta. Mais do que uma insensibilidade a toda a tragédia humanitária, e às centenas de colegas que perderam entes queridos, essa afirmação mentirosa revela a visão que o Prof. Fábio possui dos Técnicos-Administrativos da Universidade.

É contra essa visão retrógrada que o SINTUFSC e sua base de trabalhadores seguirão atuando.

Diretoria do SINTUFSC

Florianópolis, 09 de março de 2022.

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