Após inundação no almoxarifado e patrimônio do HU-UFSC, Sintufsc junto de sindicatos cobra ações de emergência e denuncia riscos de contaminação
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05/08/2009
A repressão e truculência enfrentada pelos manifestantes evidencia a falta de democracia que impera no Senado, onde o trabalhador apanha ao exercer o direito à liberdade de expressão
Cerca de 50 manifestantes ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e à Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) ocuparam o plenário do Senado na tarde desta quinta-feira (dia 4) para uma manifestação pacífica e silenciosa que exigia o “Fora Sarney” .
No entanto, o protesto foi reprimido pela Polícia Legislativa com violência e os manifestantes foram duramente agredidos, com socos e empurrões. No meio da confusão, dois sindicalistas chegaram a ser detidos: Atnágoras Lopes, da Coordenação Nacional da Conlutas, e Vivaldo Moreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Os ativistas que estavam em Brasília eram, em sua maioria, metalúrgicos da Embraer, que foram ao Senado para acompanhar a audiência, que ocorreu pela manhã, onde foram discutidas as mais de 4 mil demissões efetuadas pela empresa, em fevereiro passado.
“Era um ato pacífico e usaram de truculência, o que só mostra a falta de democracia no Senado”, disse Herbert Claros, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e funcionário da Embraer.
“O Senado deveria ser a casa do povo, mas o que estamos vendo é que, aqui, vale somente a palavra dos poderosos”, afirmou.
O ato
Os manifestantes entraram no plenário do Senado em silêncio, usando máscaras cirúrgicas e segurando uma faixa com os dizeres “Fora Sarney; Fim do Senado, Por uma Câmara Única”.
A polícia da casa, convocada pelo presidente da sessão, Adelmir Santana (DEM-DF), partiu para cima dos ativistas, arrancando a faixa com truculência e agredindo os manifestantes. Vivaldo foi agredido com um soco no rosto.
Após o incidente, Atnágoras reafirmou que a Conlutas segue defendendo a queda do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA) por se tratar de um corrupto.
Para o advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Aristeu Pinto Neto, que acompanhava o grupo, a polícia legislativa se excedeu com os manifestantes.
“Não era necessário usar de truculência e violência, como aconteceu. Por isso, encaminhamos uma representação à Polícia Federal contra a mesa diretora do Senado, por abuso de autoridade”, disse Neto.
Os sindicalistas detidos foram liberados logo após prestarem esclarecimentos sobre o ocorrido.
A Polícia Legislativa abriu uma ocorrência para investigar e apurar as responsabilidades das agressões sofridas pelos manifestantes.
Mar de lama
O Senado enfrenta mais de seis meses de crise e ainda continuam surgindo novos escândalos.
O cerco ao presidente da Casa começa a se fechar e já se discute sua saída. Sarney está no olho do furacão, mas as denúncias envolvem a maioria dos senadores.
Apesar dos escândalos, o governo Lula se mantém na defesa de Sarney, tentando fazer com que tudo acabe em pizza.
É preciso exigir a imediata saída de Sarney. E, mais do que isso, é hora de questionarmos a própria existência do Senado. A atual crise revelou que o Senado não serve à democracia e à participação popular, mas apenas para manter privilégios e corrupção.
“É no Senado que projetos, aprovados por pressão popular, são barrados para beneficiar os patrões”, avalia o diretor do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha. “Por isso, defendemos o fim do Senado e a existência de uma só Câmara legislativa, com mandatos revogáveis a qualquer momento”, disse.
Fonte: Conlutas