Sessão Ordinária do Conselho Universitário ocorrido em 19/08/08
Prezados Funcionários Técnico-Administrativos,
Hoje ocorreu mais uma sessão ordinária do Conselho Universitário-CUn, que abaixo vos relato:
A sessão é aberta pelo Presidente, Magnífico Reitor com a seguinte ordem do dia:
1)Apreciação e aprovação da ATA da sessão extraordinária realizada em 05/08/08
2)Atual situação das Fundações de Apoio da UFSC ? Apresentação José Arthur Boiteaux
3)Processo n° 036376/2007-90 Requerente: UFSC
Assunto: proposta de Criação do Departamento de engenharia de Gestão
do Conhecimento.
4)Processo n° 013188/2008-74 Requerente: PRPE
Assunto: Proposta de criação do Programa de Incubação de Empresas da
UFSC e seu funcionamento
5)Processo n° 035288/2008-51 Requerente: GR
Assunto: transmissão das Reuniões do Conselho Universitário via Internet
6)Processo n° 013146/2008-33
Requerente: FEESC
Assunto: Re-credenciamento da Fundação junto à UFSC e a Secretaria de
Educação Superior ? MEC
7)Processo n° 035284/2008-73 Requerente: FEESC
Assunto: Homologação de nomes do Conselho de Curadores da FEESC
8)Informes Gerais.
Após a abertura, os representantes da Fundação José Arthur Boiteaux iniciam uma apresentação para os Conselheiros.
O presidente da Fundação fez um resgate histórico da Fundação, falando de sua criação, seu tempo de vida (50 anos) e apresenta um histórico:
a) Estrutura administrativa
b) Prestação de contas
c) Tabela com recursos recebidos e recursos aplicados
Argumenta de que não houve aprovação das contas por parte do TCU em função de um item formal descumprido e não por haver descaminho da Fundação.
Salienta ainda, de que a Fundação não sofreu intervenção por parte do Ministério Público, havendo apenas um conflito do ponto de vista jurídico;
Reforça o papel da Fundação e salienta de que a mesma procura dar vazão ao conhecimento por meio de uma editora que publica a produção do centro CCJ;
Salienta ainda de que vê na figura do Ministério Público um parceiro e que o MP, não tem palavra final ou decisória e que existe uma divergência no entendimento da Lei;
E segue com mais informações a respeito das atividades da Fundação. Menciona de que a Fundação teria deixado de receber volumosos recursos do exterior (Fundação Cassamarca/Itália) por ter havido sido vítima de comentários levianos por meio de jornal do SINTUFSC, acusando a Fundação de corrupção, o que levou a referida Fundação de renome internacional, a redirecionar o recurso para outros países, inclusive Austrália e Argentina, dizendo que a UFSC, deixou de receber 1.000,000,00 de euros e que poderia ainda ser investido no futuro, mais 4.000.000,00 de euros.
Alguns conselheiros pedem a palavra e inicia-se uma longa discussão com acusações e explicações:
Alguns conselheiros questionam os convênios e acusam o convênio de ser administrado por apenas uma pessoa, ou um pequeno grupo;
Outros conselheiros acusam a Fundação de intermediar recursos somente para o CCJ, enquanto segundo relatam por informações adquiridas na própria Itália, de que os recursos deveriam ser para toda a UFSC. Os representantes argumentam de que a Fundação italiana direcionou os recursos como sendo na área jurídica, e por se tratar de recurso privado, lhe é garantido este direito de direcionamento.
A discussão segue com alguns momentos turbulentos, e quase cai no pessoal, mas a discussão segue o rumo devido.
No meio da discussão, um conselheiro pede a palavra e profere as seguintes palavras:
?De que ele teria aprendido muitas coisas naquele conselho, principalmente de como não seguir as leis, ou de que quando nos convém, mudamos as regras do jogo, se referindo à votação do REUNI?.
Falou de que o REUNI foi atropelado, votado sem regras, referindo-se as leis.
MINHA OPINIÃO:
O referido conselheiro que proferiu estas palavras, é representante discente. Naquela tumultuada sessão sobre o REUNI, os discentes simplesmente se retiraram da sessão, e se negaram a votar, e mesmo que o fizessem, seriam derrotados por 85% dos votos. Eu estava presente na sessão, e este conselheiro sequer estava prestando atenção nas coisas, ao contrário, mantinha em suas mãos, uma câmera e ficava filmando os conselheiros para ver como eles se manifestavam contra ou a favor, numa atitude reprovável e intolerante. Este mesmo conselheiro, na primeira sessão do conselho, pediu ao Reitor, espaço na UFSC para festas, e não pediu espaço de salas de aula, mais livros, mais eficiência nos métodos pedagógicos, simplesmente reclamou de que não tinha espaço para festas. E este mesmo conselheiro, na sessão anterior, após proferir seus comentários sobre as Fundações diante do Ministério Público, simplesmente levantou-se e saiu da sessão, ou seja, agora já falei, não me importa o que os outros pensam ou falam, eu sou eu e EU, bom, Eu sou Eu e pronto, deixa EU, porque Eu, pô sei lá, EU sou jovem…..
Na sua fala da sessão de hoje, eu tive uma leve impressão de que ele tinha um discurso pronto, pois lia enquanto falava. Em um determinado momento, perdeu-se, olhou fixamente para o caderninho e em silêncio por alguns segundos, disse que falaria o resto numa fala posterior, o que não ocorreu.
Ao contrário dos seus colegas discentes, que fizeram questionamentos bastante substanciais, como por exemplo, de serem perseguidos academicamente por questionarem a falta de transparência da Fundação Boiteaux.
A sessão vai seguindo e a fervura vem junto. Um conselheiro falou de que em contato com um Delegado da reitoria de Pádova da Itália, teria lhe dito que havia um convênio com a UFSC.
Questionado, o representante da Fundação negou, dizendo que havia um contrato e que agora nada mais havia entre as instituições. O conselheiro retribuiu dizendo que ainda existe recursos navegando entre ambas e exigia mais visibilidade.
Outros conselheiros também questionavam os convênios, pois segundo eles, deveria haver recursos para outros centros e ninguém havia visto a cor do volumoso dinheiro.
De maneira geral, existe um apelo por visibilidade nas transações e uma explicação em relação aos convênios e os recursos emitidos. Todos querem mais transparências nas negociações. Por fim, a sessão é finalizada e agora a presidência concede palavra para manifestações:
Uma conselheira fala diretamente ao conselheiro que teria dito que aprendeu como burlar as leis no conselho e profere as seguintes palavras:
?Eu não concordo com suas palavras, e nós estamos aqui num espaço sagrado e acredito que estamos dando o máximo de nós para que nossa academia encontre os caminhos da justiça?.
MINHA COLOCAÇÃO: em relação aos comentários no conselheiro discente, eu também aprendi muitas coisas, inclusive palavras de baixo escalão proferidas por eles diante de uma sessão democrática que eles não concordavam. Também aprendi com eles, que a violência é um caminho ainda a ser seguido pelos fracos e pobres de espírito, pois fui vítima de agressão verbal, e quase física, simplesmente por não aceitar os argumentos deles e por votar a favor do REUNI após fazer uma consulta junto aos meus colegas, na qual sou representante. Na sessão do CUn que ocorreu a votação do REUNI, eu havia feito uma consulta da
internet por e-mail pedindo a manifestação dos meus colegas, pois entendo estar de conselheiro e não ser conselheiro eterno. Na votação, montei uma tabela: a favor e contra o REUNI. Apesar de haver uma manifestação singela (27 funcionários) os a favor venceram e fui para a sessão votar pela vontade dos meus colegas. O que recebi por votar em nome de um grupo, foram palavras obscenas, gritos no meu ouvido, dedos no meu rosto e palavras que desmoralizavam minha mãe. O que pensar disso????????? O que fazer com isso???? Nada, apenas perdoar, foi o que fiz, perdoei, pois são dignos de minha compaixão. São pessoas como eu e muitos dos que trabalham e estudam aqui, que querem o melhor para a UFSC, mas seguem por caminhos diferentes. Por fim, democracia é isto, ou não é????
Vamos Refletir: Será que precisamos reformular a DEMOCRACIA????
Ela surgiu na Grécia a mais de 2.000 anos.
O Reitor dirige-nos algumas informações sobre o ENADE, situação de espaço físico da UFSC, problemas do Anatômico, reuniões com ministro da educação, etc.
A sessão é encerrada.
Na próxima semana mais uma sessão está agendada. Aguardem.
Nilton Cezar Pereira
Representante dos Funcionários Técnico-Administrativos junto ao CUn
