RETORNO PRESENCIAL: sem respaldo científico UFSC coloca vida dos TAEs em risco

RETORNO PRESENCIAL: sem respaldo científico UFSC coloca vida dos TAEs em risco

Mais uma vez os trabalhadores da UFSC foram surpreendidos com uma portaria publicada sem diálogo com a comunidade acadêmica, que não dá tempo adequado para preparação dos trabalhadores. Em pleno fim de ano, no dia 29 de dezembro de 2021, o Reitor Ubaldo Cesar Balthazar anunciou o início da Fase 2 do Guia de Biossegurança da UFSC para o dia 10 de janeiro de 2022.

A tomada de decisão por parte da reitoria da UFSC e o silêncio do Departamento de Atenção à Saúde da PRODEGESP deixa os TAEs com inúmeras dúvidas.

❓Qual é a lotação máxima de cada ambiente? Quem fará esta definição?
❓Haverá monitoramento dos casos suspeitos ou confirmados de Covid-19? Este monitoramento ficará disponível à comunidade universitária?
❓Os setores deverão estar funcionando presencialmente das 8h às 18h?
❓Por que as lactantes terão que cumprir jornadas presenciais?
❓Será exigido comprovante de vacinação para o trabalho presencial?
❓Quando iniciam as medições de CO2 definidas pelo guia de biossegurança da UFSC?

Frente a todos esses questionamentos sem respostas, o SINTUFSC orienta que os Técnicos-administrativos da UFSC exijam das suas chefias as condições elencadas no Guia de Biossegurança como condição para o trabalho presencial:

✅Disponibilização de máscaras do tipo PFF2;
✅Disponibilização de Álcool em gel e borrifadores;
✅Espaços higienizados;
✅Medição de CO2;
✅Monitoramento de casos de Covid-19 no Campus;
✅Não utilização de ambientes de circulação de ar ruim. São eles caracterizados pela ausência de aberturas para a parte externa da edificação. Exemplos: auditórios e salas internas geralmente constituídas por divisórias.
✅Utilização de ambientes com circulação de ar BOA. São ambientes situados próximos às áreas externas da edificação. Nesses ambientes deve-se utilizar o parâmetro de 2 m² por pessoa.
✅Utilização de ambientes com circulação de ar REGULAR. São caracterizados por possuírem janelas com abertura incompleta, ou por serem espaços em que o mobiliário nele existente forme barreiras, impedindo a livre circulação do ar. Nesses ambientes deve-se utilizar o parâmetro de 3 m² por pessoa.

Situação epidemiológica

O número de casos de Covid-19 está em uma crescente em Florianópolis, só de terça (04/01) para quarta-feira (05/01) foram identificados novos mil casos da doença viral. Postos de testagem estão com filas quilométricas e as Unidades de saúde da ilha estão atendendo muito além da sua capacidade. O Hospital Universitário da UFSC também está com superlotação na sua emergência.
De acordo com o Guia de Biossegurança da UFSC, a Fase 2 deveria ter início somente quando:

(1) o número de novos casos diários e óbitos na macrorregião de cada campus (Florianópolis, Araranguá, Blumenau, Joinville e Curitibanos) apresentar decréscimo nas duas semanas anteriores;

(2) Haver um registro de ocupação inferior a 60% de leitos de UTI no SUS;

(3) Índice mede a taxa de transmissão do vírus, denominado Rt, encontrar-se igual ou inferior a 0,95 no território catarinense.

Cenário muito distinto do que os dados oficiais vêm apresentando.

Em Florianópolis a taxa de ocupação de leitos de UTI está em 76,19%. Já em Joinville a taxa de ocupação é de 80%.

Em números absolutos, Joinville apresentou o maior número de mortes entre os municípios catarinenses entre os dias 28 e 30 de dezembro de 2021, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina publicados no boletim nº 85 do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (NECAT) da UFSC. Entre os municípios com maior número de mortes no estado, Florianópolis e Blumenau ocupam a quarta e quinta colocação.

Na Grande Florianópolis já pode-se identificar uma taxa de transmissão do vírus de 0.991. Segundo o boletim do NECAT, os casos ativos voltaram a crescer fortemente nos últimos dez dias de dezembro de 2021 e o Rt já está dando sinais de aceleração.

A partir desses fatos o SINTUFSC questiona: os indicadores serão acompanhados para definir a manutenção ou suspensão do retorno?

O SINTUFSC orienta que os trabalhadores questionem as chefias se as condições de trabalho estão de acordo com o Guia de Biossegurança, e que denunciem para o Sindicato as pressões sofridas para o retorno presencial em ambientes que não apresentam as garantias de segurança epidemiológica no e-mail denuncia@sintufsc.com.br.

Compartilhe em suas redes:

Veja outras matérias