O servidor técnico-administrativo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Fabio Marcelo Cuty da Silva e a professora e especialista em educação inclusiva Jakeline Rodrigues alcançaram o 6º lugar na quarta edição do Prêmio Orçamento Público – Garantia de Direitos e Combate. O evento, que recebeu 77 inscrições válidas e reuniu pesquisadores e profissionais de todo o país, foi realizado nesta quarta-feira e quinta-feira, 1º e 2 de outubro, em Brasília. Os oito premiados receberam certificado e premiação em dinheiro.
O trabalho premiado, com o título Orçamento público como instrumento de justiça social e climática: um estudo sobre transparência e participação democrática, aborda o papel do orçamento como ferramenta de promoção de direitos e de incentivo à participação cidadã. “Além disso, pode inspirar gestores públicos a fortalecer mecanismos de escuta social e educação fiscal”, destacou Fabio.
Servidor da UFSC e filiado ao SINTUFSC desde 2004, Fabio atua como técnico em Eletromecânica no Departamento de Física do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM/UFSC), em Florianópolis, nos laboratórios de ensino de Física. Ele é mestre em Administração Universitária e graduado em Eletromecânica.
O prêmio
A iniciativa é promovida pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor), pela Fundação Tide Setubal, pela Associação Brasileira de Pesquisadores e Pesquisadoras Negros e Negras (ABPN) e pela Rede de Economistas Pretas e Pretos (REPP). Tem como apoiadores a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), o projeto A tenda e o coletivo Elas no Orçamento.
O prêmio reconhece iniciativas voltadas à inovação, transparência e democratização na gestão dos recursos públicos, reforçando o papel das instituições de ensino e pesquisa no debate sobre justiça social e climática.

Fabio explica que a pesquisa premiada evidencia que a transparência orçamentária é uma condição para o controle social e que a participação cidadã, por meio de conselhos e fóruns, fortalece a legitimidade das decisões estatais. O estudo diferencia a transparência formal da substantiva, ressaltando a importância da inteligibilidade das informações.
Ele acredita que os resultados da sua pesquisa podem contribuir para as políticas públicas no Brasil, oferecendo subsídios para repensar os critérios de alocação de recursos, propondo uma governança fiscal inclusiva e sensível às desigualdades sociais e territoriais.
Trajetória
Fabio conta que sua vivência no CFM proporcionou contato direto com processos administrativos complexos e com a gestão de recursos em um ambiente universitário. “Essa experiência aguçou meu interesse pela administração pública, despertando a necessidade de compreender o orçamento como expressão de escolhas coletivas.”
Além da carreira acadêmica e profissional, Fabio também traz consigo uma vivência pessoal marcada pela diversidade e inclusão. É pai de uma jovem de 21 anos e, segundo ele, ambos estão no espectro autista em nível leve. “A vivência no espectro autista amplia a percepção sobre as barreiras sociais e institucionais à inclusão. Isso fortalece a defesa de políticas públicas que considerem a diversidade como princípio, garantindo participação equitativa de todos os cidadãos.”
Rosângela Matos | Estagiária de Jornalismo da Agecom | UFSC

