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Carta a administração da UFSC – Por Valcionir Corrêa

Carta a administração da UFSC – Por Valcionir Corrêa

A administração central da UFSC pôs em discussão on-line, na semana passada, as Resoluções que tratam sobre bolsa de pesquisa e extensão e
estabeleceu, como prazo final para envio de proposta, o dia 20 do mês corrente.
Infelizmente, mais uma vez, os técnico-administrativos são desrespeitados em suas funções profissionais e acadêmicas, pois,
nestas propostas de resoluções, ainda continua o preconceito contra nós, não permitindo que coordenemos projetos que contemplem bolsas
para os estudantes da UFSC. A forma posta para discussão inviabiliza um debater mais profundo sobre as atividades acadêmicas, inclusive sobre a relevância social e
acadêmica dos projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pela UFSC. Descontente com essa forma de administrar a UFSC enviei, por meio da
janela on-line disponibilizada pela reitoria para receber propostas, as argumentações abaixo, pondo em evidência que a proibição dada aos técnico-administrativos de assinar projetos com bolsas trata-se de desrespeito profissional. De forma análoga, a administração da UFSC nos trata mais uma vez com preconceito ao caracterizar-nos como irresponsáveis ao exigir que batemos o relógio de ponto como forma de controle do nosso trabalho na Instituição.

Diante destes fatos, solicito à coordenação do SINTUFSC que divulgue este documento em sua página e no futuro informativo, se for possível,
e tente mobilizar nossa categoria para se contrapor a mais esse
desrespeito em relação a nós.
Atenciosamente,

Valcionir Corrêa
Técnico em Assuntos Educacionais
LASTRO LEFIS – MDH/CFH

Senhores administradores universitários,

Há inúmeras atividades de extensão e de pesquisa sendo realizadas por
técnico-administrativos da UFSC, como podem ser observadas nos
relatórios on-line do Departamento de Projetos de Extensão e de
Projetos de Pesquisa. Inclusive, vocês podem comprovar com os inúmeros
projetos divulgados na SEPEX pelos mesmos.

As atividades de extensão e de pesquisa não são prerrogativas somente
dos docentes, mas também dos técnico-administrativos da Universidade.
A administração da UFSC pode observar, também, as atividades dos
técnicos que atuam em diversos laboratórios e que estão ligadas
diretamente às atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como são
inúmeras as atividades de pesquisa e de extensão da equipe de
funcionários do HU, do Museu Universitário, do NPD, do Planetário, do
ETUSC, do DAC, da Biblioteca Universitária e de tantos outros setores.
Assim, não há justificativa plausível que impeça os
técnico-administrativos de coordenar projetos de extensão e de
pesquisa que contemplem bolsas para estudantes da UFSC. Na minha
avaliação, o que há são preconceitos que precisam ser superados para
que a Universidade avance em seu compromisso social.

Falando em compromisso social, gostaria de deixar como sugestão, que a
UFSC, anualmente, faça planejamento e estabeleça política que
contemplem e incentivem projetos de pesquisa e extensão que atendam
demandas sociais, que são muitas, para que não fique priorizando
somente demandas de empresas privadas, como se observa nesta
Instituição.

Gostaria de lembrá-los, também, que eu, enquanto Técnico em Assuntos
Educacionais – e outros colegas que estão nesta mesma função e em
outras tantas na UFSC -, só para um exemplo, de acordo com as
atribuições de minha função que me exige curso superior, para qual fiz
concurso, devo exercer atividades de Pesquisa e Extensão, como
transcrevo a seguir:

Nível de Classificação: E (Superior)
Denominação do Cargo: TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS
Descrição sumária do Cargo: Coordenar as atividades de ensino,
planejamento e orientação, supervisionando e avaliando estas
atividades, para assegurar a regularidade do desenvolvimento do
processo educativo. Assessorar nas atividades de ensino, pesquisa e
extensão.
Descrição de atividades típicas do cargo:
– Planejar, supervisionar, analisar e reformular o processo de
ensino-aprendizagem,
traçando metas, estabelecendo normas, orientando e supervisionando o
cumprimento do mesmo e criando ou modificando processos educativos em
estreita articulação integral aos alunos.
– Elaborar projetos de extensão.
– Realizar trabalhos estatísticos específicos.
– Elaborar apostilas.
– Orientar pesquisas acadêmicas.
– Utilizar recursos de informática.
– Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade
associadas ao ambiente organizacional.

Com isso, acho muito contraditória a política de pesquisa e extensão
da UFSC que não contempla nela a importante função acadêmica dos
técnico-administrativos, uma vez que não reconhece a capacidade
acadêmica e profissional desta parcela de funcionários. Penso que está
na hora de a UFSC avançar nesse sentido, reconhecer o que já é prática
e oficializá-la de vez em suas legislações internas, porque, na esfera
federal, já há esse reconhecimento.
Há muito tempo venho desenvolvendo atividades de pesquisa e extensão,
mas sou obrigado a pedir a algum professor que assine o projeto. Não
acho isso justo, pois toda a atividade planejada é executada e
coordenada por mim. Assim, como muitos colegas na UFSC, tenho formação
acadêmica para desenvolver estas atividades, sou Doutor em Sociologia
Política.

De acordo com minhas funções para quais fui contratado, apenas cumpro
com minha obrigação do cargo. Coordeno inúmeras equipes de alunos do
Curso de Ciências Sociais em atividades de pesquisa e extensão no
Laboratório de Sociologia do Trabalho (LASTRO), vinculado ao
Departamento de Sociologia e Ciência Política e ao Programa de
Pós-Graduação em Sociologia Política do Centro de Filosofia e Ciências
Humanas. Além disso, também, coordeno atividades de extensão no
Laboratório Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia
(LEFIS), projeto de extensão aprovado pela UFSC, e criado
interinstitucionalmente, por meio de convênio assinado pelo Reitor e o
Secretário de Educação do Estado de Santa Catarina. Neste Laboratório,
ministramos permanentemente cursos e oficinas de capacitação aos
Professores de Sociologia e Filosofia da Rede Estadual de Ensino,
envolvendo nessas atividades nossos alunos de Ciências Sociais e de
Filosofia, buscando com isso melhor qualidade em suas formações
acadêmicas como futuros professores dessas disciplinas no Ensino
Médio. Atuo, também, no Memorial dos Direitos Humanos, projeto de
extensão, criado interinstitucionalmente pela UFSC, UDESC e Assembléia
Legislativa do Estado de Santa Catarina, onde coordeno atividades de
pesquisa e extensão.

Por último, sugiro que as políticas de ensino, de pesquisa, de
extensão e de gestão administrativa da UFSC sejam mais amplamente
debatidas envolvendo todos os segmentos da Universidade, não ficando
reduzida a uma janelinha on-line. Penso que, desta forma, a qualidade
da UFSC melhorará significativamente, pois valorizará o quadro
funcional da instituição reconhecendo funcionários técnicos,
administrativos, docentes e estudantes sujeitos ativos no processo de
administração do ensino-aprendizagem e de pesquisa e extensão
universitária.

Espero que minha reivindicação seja atendida e os
técnico-administrativos desta Instituição sejam respeitados como
profissionais qualificados e competentes que contribuem cotidianamente
para a qualidade da UFSC e, não sejam, apenas visto como
irresponsáveis que precisam ser controlados por relógio de ponto.

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