O assédio moral é uma prática que prejudica os trabalhadores, pode ocasionar doenças e outras consequências para pessoas e instituições. Esclarecendo esses assuntos a trabalhadora Schirley Azevedo, militante do movimento de mulheres trabalhadoras urbanas, realizou uma palestra na tarde desta quarta-feira, dia 23, no auditório do Sintufsc, onde abordou o tema.
Schirley iniciou falando do mundo do trabalho e como se caracteriza o assédio moral perante as leis. “Ele acontece de uma forma muito sutil”, explicou. De acordo com a palestrante acontece uma série de situação e não se percebe que aquilo está fazendo mal para alguém. Falou também das diferenças nas empresas públicas e privadas.
Citou a importância da união dos trabalhadores para se combater as práticas de assédio pois quando uma pessoa é vítima a influência do assediador é diferente de quando essa pessoa pode contar com a ajuda de outras. “Os sindicatos têm um papel fundamental nessas situações”, argumenta.
Além de orientar e informar os trabalhadores, os sindicatos devem apoiar a vítima e construir comissões ou grupos de pessoas para combater as práticas de qualquer tipo de assédio. “É importante que os sindicatos e seus diretores priorizem a saúde dos trabalhadores e acolham as vítimas de assédio”, disse.
Os trabalhadores também participam da luta contra o assédio, diz a palestrante. “Denunciar, lutar contra qualquer forma de discriminação e ter o sentimento de solidariedade de classe é muito importante. Quando o trabalhador se reconhece como vítima de assédio moral passa a informar e lutar para transformar aquela relação”, explica.
Estavam presentes na palestra alguns trabalhadores vítimas de assédio moral na UFSC. Alguns deles contaram suas experiências e como estão fazendo para lidar com a situação. Eles foram afastados das atividades por causa da saúde ter sido prejudicada em consequência do ambiente hostil causado pelo assédio moral.
Os diretores do Sintufsc se manifestaram contando como o sindicato está fazendo a campanha contra o assédio moral na UFSC. “O sindicato deve ser a primeira porta onde o trabalhador deve bater para fazer denúncias. Esse é um problema que está se repetindo muito na universidade”, relatou Hudson Queiroz , um dos coordenadores do sindicato.
Outro coordenador, Dilton Rufino, falou que há poucas denúncias porque os trabalhadores ainda não sabem caracterizar o que é assédio moral. Falou também do tratamento de saúde. “Aquele que assedia também precisa de tratamento porque muitas vezes ele não sabe que está praticando o assédio. É preciso se colocar no lugar do outro”, disse.
Celso Ramos Martins, integrante da coordenação geral, contou como o sindicato vem atuando na universidade sobre esse tema e explicou os encaminhamentos que o departamento jurídico do Sintufsc vem fazendo na defesa do trabalhador. “Geralmente são situações complicadas e delicadas e envolvem estudos da legislação e conseguir provas. Estamos sempre atentos e queremos cada vez mais melhorar nossa atuação para que aquelas situação não aconteçam mais”.
O Sintufsc reforça a orientação que as denúncias de assédio moral podem ser feitas nas urnas que o sindicato disponibilizou em todos os centros de ensino ou diretamente para um dos coordenadores.

