A assessoria de imprensa da FASUBRA-Sindical está divulgando nesta sexta-feira (11/9) uma nota de esclarecimento como contraponto à recentes publicações feitas pela imprensa nacional em que são feitas críticas ao movimento nacional de paralisação da categoria sem que fosse cumprido um requisito imprescindível do jornalismo democrático que é o de ouvir o outro lado. Além de não ouvirem os trabalhadores, as duas publicações citadas na nota não apontaram os motivos que empurraram os trabalhadores das universidades do País para uma greve nacional que já dura 100 dias. No texto, são relacionados os motivos da luta da categoria, além do contexto da negociação com o governo federal, que insiste em oferecer uma proposta reduzida.
Confira a íntegra da nota:
Sobre as notícias da greve veiculadas pela imprensa
Sobre a notícia veiculada no Bom Dia Brasil na última quarta-feira, 09 de setembro, relativa ao tema “Greve de universidades causa prejuízos ao comércio e a estudantes”, e a crítica sobre a greve no editorial do jornal Folha de São Paulo de hoje, 11, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) vem a público esclarecer que, na matéria, os trabalhadores em greve não foram ouvidos e não foram publicados os motivos do movimento paredista, contrariando um dos princípios do jornalismo, que é a imparcialidade.
A greve, iniciada em 28 de maio, é contra o ajuste fiscal do governo federal que trouxe cortes no orçamento das universidades e Instituições Federais de Ensino na ordem de R$ 9 bilhões, segundo o Ministério da Educação. Atualmente quase metade (47%) do Orçamento Geral da União é destinado ao pagamento dos juros da dívida pública (R$ 978 bilhões), de acordo com a Associação Auditoria Cidadã da Dívida. Em 2014, apenas 3,7% foram gastos com educação no Brasil.
Atualmente, as instituições sofrem o caos por falta de recursos para manter até mesmo o funcionamento básico, como é o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Corte de energia elétrica, falta de materiais e medicamentos em Hospitais Universitários em todo país, a exemplo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia que corre o risco de fechar as portas, por causa da dívida de R$ 48 milhões com fornecedores.
A carreira dos trabalhadores técnico-administrativos detém o menor piso salarial do funcionalismo público federal. A falta de atenção do governo à pauta de reivindicações da FASUBRA, desde greves anteriores, prejudica o desenvolvimento dos trabalhadores. Destacamos os pontos principais de reivindicação como: a instituição de acordo coletivo por meio da Convenção 151 (Organização Internacional do Trabalho), de suma importância para evitar greves, data base, reajuste salarial com recomposição das perdas inflacionárias (27,3%), aprimoramento da carreira com correção de distorções e outros.
O governo federal apresentou uma contraproposta de reajuste 21,3%, parcelados em quatro anos, que não repõe as perdas inflacionárias de 2010 a 2015, e não contempla o índice inflacionário atual de 9,55% (IPCA). Ainda, condiciona a negociação das pautas específicas à aceitação do reajuste de 21,3%. A FASUBRA, em conjunto com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, não aceitou o índice proposto pelo governo.
A FASUBRA retifica a matéria veiculada pelo Bom Dia Brasil no sentido de que há motivos para a greve dos trabalhadores técnico-administrativos e, ratifica que esta greve é legítima em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, repudiando a falta de informações que podem macular a imagem dos trabalhadores técnico-administrativos em educação, essencial elo entre a sociedade e a universidade.

