
Presentes na reunião setorial de segunda-feira (26/10), os Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) da Secarte relataram que o trabalho remoto tem dado conta das demandas em tempos de pandemia, mas produz efeitos negativos sobre os trabalhadores.
Para os TAEs da Secarte, ao longo do dia, os servidores acabam respondendo demandas de trabalho e de casa de maneira intercalada. Perdendo a noção de quanto tempo já dedicaram ao trabalho naquele dia, são impelidos a ficar até mais tarde dando conta da demanda independentemente do tempo que isso leve.
Outra questão apontada foi a do espaço de trabalho que em muitos lares não respeita a melhor ergonomia, ventilação, iluminação e isolamento, aumentando o estresse. O distanciamento imposto pelo trabalho remoto entre colegas de setor também tem se mostrado um dificultador na solução de problemas que surgem no dia a dia.
“O TRABALHO REMOTO DE HOJE, NÃO É O DA IN 65”
A diretora do Sintufsc, Giana Laikovski, também presente à reunião virtual, disse que não dá pra adotar ordinariamente uma instrução normativa feita para atender uma questão tão extraordinária quanto a pandemia de Covid-19. Giana alertou que “o trabalho remoto que estamos vivendo hoje não é o trabalho remoto descrito pela IN 65 que, se implementada em caráter permanente, será péssima para os trabalhadores”.
Em seguida, a diretora Carla Cerdote, apontou que a IN65 veio pra aumentar a exploração sobre os trabalhadores, retirando direitos como carga horária e atestado médico, abrindo espaço para o assédio moral e transferindo custos da instituição para os servidores como aquisição e manutenção de equipamentos e softwares, além dos pagamentos da internet e da energia elétrica.
Já Luiz Artur de Oliveira, também diretor do Sintufsc, salientou que existem aqueles trabalhadores cujo trabalho remoto sequer é uma opção, na linha de frente, se expõe ao trabalho presencial todos os dias, mesmo durante a pandemia. Para Luiz “a Reforma Administrativa e o trabalho remoto produzem cada vez mais desigualdades entre os trabalhadores da UFSC, dividindo a categoria.”
