Unidades de saúde lotadas, números de casos de covid-19 em alta e trabalhadores da saúde sobrecarregados. Esta é a atual situação da Grande Florianópolis. O Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh) é uma dessas unidades onde os trabalhadores da saúde já estão sentindo a sobrecarga de trabalho com a chegada de centenas de casos de gripe e Covid-19.
De acordo com os trabalhadores do HU-UFSC que entraram em contato com o SINTUFSC, a situação é ainda mais agravada por conta do fechamento da emergência, que ocorreu no dia 23 de dezembro, dedicada somente ao atendimento aos casos de coronavírus.
“Desde o dia 23, não existe mais a emergência exclusiva para atender os casos de Covid-19. No dia 23 foram desativadas todas as unidades Covid-19, e então fizeram um puxadinho na emergência comum. Porém com o aumento dos casos a direção não toma nenhuma iniciativa para organizar o serviço”, afirma uma trabalhadora.
“A emergência geral está um caos com pacientes respiratórios internados lá. Porque não tem mais unidade de internação respiratória no HU-UFSC. A mesma estrutura física e equipe cuidando de tudo. Com o aumento da demanda respiratória a equipe não vai conseguir dar conta de tudo. Eu mesma estou afastada por covid”, desabafa a trabalhadora.
No dia 20 de dezembro também foi desativada a UTI Covid, que chegou a ter 18 leitos exclusivos para o tratamento de pacientes com Sars-Cov-2 no HU-UFSC. “É impossível trabalhar desse jeito. o ambiente ficou precarizado, pequeno. Não tem mais unidade respiratória no HU, eles fecharam todos os leitos de UTI da clínica respiratória. Porta aberta, bombando, porque está cheio de casos de gripes. E a administração do Hospital quer que fique um técnico para um fluxo imenso. Está cada vez pior mesmo”, disse a trabalhadora.
Em boletim publicado hoje (04/01/2022), pelo Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (NECAT) da UFSC, coordenado pelo professor Lauro Mattei, o Sars-CoV-2 voltou a circular com maior velocidade no território catarinense, já que na Grande Florianópolis já pode-se identificar uma taxa de transmissão do vírus ainda maior do que identificada anteriormente. Até o dia de 14 de dezembro de 2021 a taxa era de 0.984, já a calculada até do dia 28 de dezembro chegou a marca de 0.991.

