Os trabalhadores técnico-administrativos da UFSC vivem um momento cheio de desafios para as lutas da categoria. Neste começo de ano foi intensificada a luta pela oficialização da carga horária de 30 horas semanais.
No dia 12 de março o Sintufsc realizou um debate sobre a oficialização da jornada de seis horas diárias, para os trabalhadores técnico-administrativos atenderem a comunidade por 12 horas, em dois turnos ininterruptos. O debate contou com a participação do coordenador geral da Asufpel – Associação dos Servidores da Universidade Federal de Pelotas, Flávio Reina Abib, que compartilhou a experiência inovadora na instituição do Rio Grande do Sul e do advogado do Sintufsc, Guilherme Querne, que falou sobre a questão legal da oficialização. A coordenação do Sintufsc também cobrou da administração da universidade o agendamento da audiência pública para tratar do tema e da pauta urgente de reivindicações dos trabalhadores.
Outro trabalho que está em andamento é a realização das assembléias setoriais, para eleger mais delegados para o IX Consintufsc, que acontece nos dias 28 e 29 de abril, com o tema “O horror econômico e as armadilhas para o Serviço Público”. Este ano, no mês de maio, também acontece o Confasubra – Congresso da Fasubra, em Poços de Caldas, Minas Gerais. A intenção da coordenação do sindicato é de que a base de Santa Catarina leve um ônibus cheio de delegados. Para isso, é necessário que os trabalhadores participem da assembléia que irá eleger os delegados, que acontece no dia 15 de abril. Frente às enormes ameaças de privatização de tudo o que é público, por parte do governo, o Sintufsc tenta agregar forças em Santa Catarina e lutar através do Mucap – Movimento Unificado contra a Privatização, reativado no segundo semestre de 2008. Cerca de 30 sindicatos e entidades populares e estudantis participam deste movimento, que já realizou diversas ações.
Inclusive um seminário, no mês de março, que traçou estratégias para o próximo período. Agora será feito um trabalho para que as bases das entidades que participam do Mucap se envolvam efetivamente com o movimento. A principal ação do Mucap neste primeiro semestre de 2009 é apresentar um projeto de lei de iniciativa popular para revogar a lei 12.929, de 2004, que institui o Programa Estadual de incentivo às Organizações Sociais (OSs). Essa lei já provoca estragos em Santa Catarina, sendo responsável pela privatização de instituições vitais para a população, como o Hemosc e o Cepon. Para apresentar a lei, com o propósito de derrubar as OSs, devem ser colhidas pelo menos 44 mil assinaturas de eleitores de 20 municípios de SC.
A campanha começa em abril, e o Sintufsc é responsável por coordenar a coleta de assinaturas em Florianópolis, um trabalho que vai exigir grande envolvimento dos trabalhadores de nossa base. Mas não podemos perder de vista que o projeto que cria as Fundações Estatais de Direto Privado, grande ameaça para todo o serviço público, segue no Congresso a todo vapor, e em 2009 corremos o risco de que seja aprovado.
A Fasubra apostou na disputa institucional para tentar barrar esta lei nociva e começa o ano parada, sem propor nada para impedir que mais esse estrago se efetive. Mais uma luta grande dos trabalhadores é contra a criminalização dos movimentos sociais. No dia 12 de março, foi realizado um grande ato em Florianópolis, que reuniu mais de duas mil pessoas no centro da cidade. Uma novidade boa, que conseguiu reunir dezenas de pessoas na sede do Sintufsc, foi a inauguração de um novo espaço para o encontro e o livre debate das idéias, o Auditório José de Assis Filho, um lugar que recebe o nome do ex-coordenador do sindicato, que nos deixou nesse dia um ano atrás. A celebração política e humana, em memória de Assis, contou com a participação do padre Vilson Groh, familiares e companheiros de diversas entidades de movimentos sociais, sindicais, estudantis e populares.
