Na sexta-feira, 13 de fevereiro, último dia de palestras no XVIII – Seminário de Segurança das IPES, a psicóloga Elisa Ferreira, do Conselho Regional de Psicologia e da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador de Santa Catarina falou sobre saúde do trabalhador. Elisa disse que sua intenção era promover uma reflexão sobre a profissão de segurança. Ela começou explicando que “saúde é o estado mais completo de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência da enfermidade”.
Segundo a psicóloga o trabalhador tem que cuidar de si mesmo para atingir este estado. “Precisa fazer um investimento no bem-estar e cuidar da saúde”, alerta.
Elisa, que pediu para não ser chamada nem de doutora, nem de professora, e sim de “companheira”, diz que grande parte dos trabalhadores tem muitos compromissos e sofre pressão em seu local de trabalho. O que faz com que eles se esqueçam de cuidar da saúde. Ela diz que é necessário se fazer uma reflexão sobre o ambiente e as condições de trabalho.
Segundo a psicóloga a profissão de segurança é perigosa e estressante, o que pode gerar ansiedade, agressividade, apatia, falta de paciência, depressão, fadiga, frustração e nervosismo. Esses sintomas podem levar o trabalhador ao consumo ilegal de drogas e ao excesso de álcool e tabaco, o que provoca distúrbios emocionais, falta de concentração e lapsos de memória.
Elisa alerta que os riscos são maiores para os trabalhadores que atuam no período noturno. Ela explica que eles estão mais sujeitos a terem distúrbios biológicos. “Não dormir a noite significa ter um envelhecimento precoce”, alerta. Isso porque o organismo do ser humano só produz a “melatonina”, uma substancia vital ao corpo, durante a noite.
Questionada se os trabalhadores deveriam, então, receber insalubridade pelo trabalho noturno, Elisa responde com firmeza: “Não existe dinheiro que pague esse distúrbio”.