Os Técnicos Administrativos em Educação da UFSC, reunidos em assembleia virtual no dia 04/03, debateram a conjuntura nacional, os impactos da PEC Emergencial e da Reforma Administrativa para os servidores públicos, a perspectiva de vacinação e os riscos e desafios de um possível retorno presencial aos seus postos de trabalho. Participaram do debate 46 TAEs de diversos setores da universidade.
Além dos pontos acima, também foram escolhidos os delegados do Sindicato para a Plenária da Fasubra, que acontece nos dias 11, 12 e 13 deste mês. Foram escolhidos os servidores Tiago Pasito, Kelvin Novakoski de Oliveira, Karine Kerr e Brígida Vieira, além de um delegado da direção do sindicado, ainda a ser escolhido.
Durante a assembleia, os trabalhadores demonstraram preocupação com o cenário atual, com o recorde de 1.910 mortos por Covid-19 na última quarta-feira. Com o desemprego em alta, a avaliação é de que há uma verdadeira guerra da classe dominante contra os trabalhadores. O desmonte do SUS e a falta de vacinas para toda a população são claros reflexos dessa conjuntura. Os TAEs-UFSC também demonstraram apoio a greve dos trabalhadores da Comcap, duramente reprimida pelo judiciário. Foi aprovada a doação de R$ 5 mil reais aos trabalhadores da autarquia, a realização de uma campanha de vacinação para todos e a favor do SUS, adoção do calendário de lutas do FONASEFE e a criação de uma comissão para acompanhar os reajustes salariais da categoria.
A PEC Emergencial, aprovada em 2º turno no senado, deve seguir em ritmo acelerado para sua aprovação na Câmara, juntamente da Reforma Administrativa. Na discussão foram apontadas questões como a campanha difamatória da mídia hegemônica contra os trabalhadores do serviço público, a defasagem do salário da categoria que já beira os 30% e a necessidade de informar a população que essas medidas atingem todos que dependem desses serviços. Por isso, é preciso barrar esses ataques que não visam reformar, mas sim destruir o serviço público. Os TAEs entraram em acordo de que a Fasubra deve encabeçar uma mobilização nacional contra esses ataques, o que será uma proposta dos delegados do SINTUFSC na Plenária da próxima semana.
Outro ponto discutido na assembleia foi o possível retorno presencial ao trabalho, dada a pressão dos governos estaduais e municipais em voltarem as aulas presenciais. Foi consenso entre os trabalhadores que qualquer retorno nesse momento seria inviável pois não há como retornar com segurança sem que todas as pessoas que frequentam a universidade estejam vacinadas. Entretanto, há também uma falta de fiscalização por parte da UFSC, já que muitos técnicos, terceirizados, alunos e docentes estão trabalhando e realizando suas pesquisas presencialmente. Os terceirizados trabalham quase que normalmente, muitas vezes sem seguir os protocolos de distanciamento social. Outra questão fundamental é a falta de segurança na mobilidade urbana, já que os ônibus estão sempre lotados, oferecendo um grande risco aos trabalhadores que precisam desse meio de transporte.
Sendo assim, os TAEs presentes na assembleia decidiram exigir ao Conselho Universitário um lockdown na UFSC, bem como o esclarecimento de quais trabalhos estão sendo realizados presencialmente, redigir uma moção de apoio aos demais trabalhadores da educação, cobrar uma fiscalização sobre os contratos e trabalho dos terceirizados e nacionalizar esse debate levando-o para a plenária da Fasubra.
Reforçamos que o movimento sindical e a organização da classe trabalhadora são os únicos instrumentos que possuímos para mudar essa dura realidade.
