
Tonera conta que o preço de mercado do livro é de quatro a cinco vezes mais do que a edição que está sendo lançada com o apoio da lei de incentivo à cultura do Governo Federal. Filiado ao SINTUFSC desde os tempos que era associação dos servidores, o arquiteto e urbanista de formação diz se sentir orgulhoso por poder contribuir com a produção de conhecimento no âmbito da UFSC. Ele trabalhava como técnico do DPAE, responsável pelos projetos de engenharia e arquitetura na Universidade. Ficou por lá até fevereiro do ano passado, quando foi transferido para a Secult, a Secretaria de Cultura da UFSC, onde cuida, juntamente com o servidor Joi Cletison Alves e outros técnicos, do Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina.
“Já ouvi várias vezes que o projeto Fortalezas deveria estar nas mãos de professores da Universidade, e não dos técnicos”, conta Tonera ao comentar o distanciamento entre as carreiras no contexto da UFSC, fazendo com que muitas vezes os TAEs da Universidade não sejam vistos também como seres pensantes: “Tenho muito orgulho de ser arquiteto e técnico da nossa Universidade, contribuindo para fazer da UFSC uma instituição diferenciada”, ressalta ele. Tonera organizou a obra juntamente com o arquiteto e urbanista Mário Mendonça de Oliveira, professor emérito da Universidade Federal da Bahia e um dos maiores especialistas brasileiros em fortificações.
O texto que deu origem à edição que está sendo lançada esta semana é um manuscrito original do século XVIII intitulado “Defeza da Ilha de Santa Catharina e do Rio Grande de São Pedro”, escrito entre 1786 e 1789 pelo engenheiro militar José Correia Rangel e que está guardado no acervo do Arquivo Histórico Militar de Lisboa. Considerada um dos documentos mais antigos e importantes da história de Santa Catarina e do estado vizinho, a edição de Rangel traz um levantamento completo de cada uma das fortificações ao longo da costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina naquela época.
“Nesta obra optamos pela publicação do fac-símile do documento, acompanhado de sua transcrição com ortografia atualizada. Acrescentamos ao original alguns conteúdos adicionais e didáticos, em forma de textos introdutórios e notas explicativas – complementados com fotografias das fortificações ainda existentes, outras iconografias da época e um glossário ilustrado -, que buscam auxiliar na compreensão dos termos técnicos e na contextualização dos dados apresentados por Rangel. O livro também traz encartado um CD-ROM com o conteúdo integral da obra impressa, acrescido de outros recursos virtuais. Com essa publicação esperamos contribuir para a pesquisa sobre o cotidiano da vida militar em nossos fortes e vilas da segunda metade do século XVIII, para o estudo das fortificações portuguesas no Brasil, para a compreensão das origens históricas dos dois estados do Sul, bem como para a valorização da nossa memória e do nosso patrimônio cultural”, destacam os organizadores da obra.
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