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Categoria discute aspectos perversos do endividamento público

Categoria discute aspectos perversos do endividamento público

DSC_0180Em debate realizado na manhã desta quinta-feira (16/7) no auditório da Reitoria, os servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFSC discutiram com dois economistas convidados os reflexos da dívida pública no cotidiano da classe trabalhadora do País. Cerca de 50 pessoas participaram das discussões, que contaram com as palestras do economista do Dieese/SC (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), José Álvaro Cardoso, e do economista e professor Nildo Ouriques, do departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC e presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA).

O economista do Dieese defendeu o papel das entidades sindicais na discussão dos rumos da política do País. “Enquanto hoje 20 mil famílias concentram a renda, nada dão em troca para a sociedade e ficam fazendo política. Por outro lado, pregam o discurso de que sindicato não tem nada a ver com política, e infelizmente muitos trabalhadores embarcam nessa”, observou José Álvaro. Segundo ele, existem economistas que defendem a realização do superávit primário, enquanto se calam para a necessidade de uma auditoria da dívida pública do País, exigência que está na Constituição e que deveria ter sido feita depois de um ano da promulgação do texto constitucional. “Precisamos definir o quanto é legítimo e o quanto é fruto de corrupção”, ressaltou.

Ao fazer uma retrospectiva histórica do endividamento público, Nildo Ouriques destacou que em 1994, época do lançamento do Plano Real, a dívida interna do País era praticamente inexistente, num patamar de R$ 64 bilhões. Na época foi escolhida a inflação como o inimigo número um a ser combatido, mas o que se viu foi o contínuo crescimento da dívida interna. Alcançou R$ 740 bilhões nos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, passou para R$ 1,5 trilhão nos dois períodos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e atingiu a cifra de R$ 3 trilhões no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

Nildo Ouriques destacou que o tema da dívida é ocultado para que permaneça ignorado pela maioria das pessoas. “Não existe noção de grandeza, mas quando comparamos os números a primeira coisa que cai por terra é o argumento de que os salários dos servidores são elementos que provocam desequilíbrio nas contas públicas”, ressaltou. Enquanto o custo total da máquina pública no ano passado foi de R$ 237 bilhões, equivalentes a 4% do PIB estimado de quase R$ 6 trilhões, o pagamento apenas com juros e encargos com a dívida chegou a R$ 170 bilhões no mesmo período, somados à amortização e refinanciamento da dívida em R$ 800 bilhões, chegando a R$ 1 trilhão de desembolso em apenas um ano.

Segundo ele, quem se beneficia com isso são os banqueiros, os latifundiários e as multinacionais e enquanto essa lógica não se inverter o cenário conjuntural vai registrar casos de redução nominal de salários, como a classe trabalhadora vem aceitando. Nildo Ouriques não acredita que a política de ajuste fiscal adotada pela presidente Dilma seja um cenário de curto prazo. Segundo ele, a dívida perpetua a existência de greves absurdas e insanas como esta vivenciada pela categoria, com paralisações que duram três, quatro meses.

Entre as recomendações de leitura sugeridas pelo professor Nildo Ouriques está o site na Internet da associação sem fins lucrativos Auditoria Cidadã da Dívida, que defende o cumprimento do artigo das Constituição que trata do assunto. A associação tem como coordenadora nacional a economista Maria Lucia Fattorelli, que já trabalhou na auditoria das dívidas de países latino-americanos e foi recentemente convidada para participar da auditoria da dívida externa da Grécia.

Realizado periodicamente como atividade de greve, o debate é uma iniciativa do Comando Local de Greve dos TAEs no sentido de aprofundar o conhecimento da categoria sobre temas que dizem respeito a todos. A mesa de debates foi mediada por Celso Ramos Martins, da coordenação geral do SINTUFSC e do CLG.

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