Comunicado do Comando Local de Greve: TAES – A LUTA É PERMANENTE

Comunicado do Comando Local de Greve: TAES – A LUTA É PERMANENTE

A proposta colocada na mesa pelo governo federal para os técnico-administrativos mostra claramente qual o lugar dos Taes nas prioridades do orçamento, ou seja: o último. Já foram contemplados os trabalhadores das chamadas carreiras típicas de estado, os da segurança e aos trabalhadores das universidades o único aceno é o de uma reestruturação na carreira que quase não causa impacto econômico algum. Diferentemente da proposta do governo para os professores que já aponta um aumento no step. É zero reajuste este ano, com proposta só para o ano que vem. Uma proposta que deve ser recusada.

Ora, é sabido que a categoria dos técnico-administrativos é uma pedra no sapato. Desde os tempos do governo de Fernando Henrique – começo da fase neoliberal – que a proposta é retirar estes trabalhadores da função pública. O melhor dos mundos para os governantes é privatizar esse setor, pois, além de poderem diminuir os “custos” não terão sob suas cabeças o comprometimento de trabalhadores preocupados com a qualidade e a lisura do serviço público.

Não é sem razão, portanto, que mesmo os governos petistas – que deveriam defender os trabalhadores – estiquem as greves, desgastem os trabalhadores e busquem enfraquecer a categoria. A ideia é fazer a sociedade crer que eles são nocivos e que, portanto, devem ser eliminados do serviço público. Basta observar as falas de deputados aliado e agentes do governo para perceber o jogo. Todos insistem em dizer que ao fazer greve no governo de Lula estamos fazendo o jogo da direita e que contra Bolsonaro não tivemos coragem de parar. Duas mentiras. Não só paramos durante o governo Bolsonaro como desmontamos o projeto Future-se que apontava para a privatização das universidades. E, ao pararmos agora, não fazemos o jogo da direita, fazemos o que nos ensinaram essas mesmas pessoas que hoje conformam o governo: lutamos pelos nossos direitos, pela manutenção da universidade pública e por melhorias salariais. Se alguém joga o jogo da direita, não somos nós.

Avaliamos que a proposta do governo na mesa do dia 19 de abril é insuficiente. Precisamos de reposição ainda este ano. Somos os piores salários do executivo. Os 9% em 2025 é bom se tivermos algum reajuste significativo em 2024, já que nossas perdas remontam 75%. Dinheiro existe, o governo prioriza o que preza. E não somos nós. Só os juros e amortizações da dívida ilegal, imoral e odiosa consomem um trilhão e 800 milhões ao ano. Uma auditoria certamente estancaria essa sangria. Não bastasse isso, os mais ricos acabam pagando menos imposto, o que ajuda a não encher os cofres. E o governo dá isenção tributária para grandes empresas, que deixam de pagar impostos. Só em 2022 a União deixou de arrecadar 581 bilhões de reais com a tal da renúncia fiscal. O agronegócio, por exemplo, deixou de pagar mais de 50 bilhões. Isso só para lembrar que a reestruturação da nossa carreira custará 800 milhões, o que é troco diante desses números.

Com bases nesses números já fica bastante claro que sim, há dinheiro. Há muito mais do que a pequena fatia que o governo está propondo para que as diferentes categorias do serviço público briguem entre si. Falta é vontade política de fortalecer o serviço público, particularmente a universidade. A lógica que impera é do desmonte para que possa ser entregue ao setor privado. O centro do capital não quer que um país da periferia produza ciência e conhecimento. É justamente para fortalecer o capital do centro do sistema que o governo já ensaia uma Reforma Administrativa, que novamente nos colocará em luta. O presidente da Câmara, Arthur Lira, diz que a reforma pretendida não afetará os direitos adquiridos, só valerá para os novos trabalhadores. Ora! Mesmo assim estaremos em luta, porque não estamos pensando só no nosso umbigo. Nosso horizonte é o serviço público de qualidade. A proposta de contratação de trabalhadores por organizações sociais não está morta. Ela está sempre à espreita. E sabemos bem o prejuízo que causa. O futuro do serviço público está em questão e teremos de estar alerta contra as propostas que precarizem ainda mais os serviços.

Sendo assim, recusamos essa proposta e reiteramos nossa demanda de reajuste ainda em 2024. O momento é de fortalecer ainda mais nossa greve e pressionar o governo federal pelas nossas reivindicações! Além disso, permanecemos atentos para enfrentar a proposta de reforma que vem aí. A luta não para!

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