
A maioria dos delegados presentes à Plenária Nacional da Fasubra, realizada de forma virtual nos dias 11, 12 e 15 de dezembro, decidiu pela prorrogação do mandato da atual gestão por um ano. A medida se apoia na impossibilidade de realização de um Congresso presencial durante a pandemia. Com a extensão, a atual gestão fica na direção da entidade até maio de 2022.
De acordo com notícia veiculada pelo site da Fasubra na internet (clique aqui e veja matéria na íntegra) “foi aprovado o adiamento do XXIV CONFASUBRA por um ano, mas pode ser antecipado conforme reavaliação que será feita em junho, acompanhando o andamento da pandemia e do processo de vacinação. Também foi aprovada a prorrogação do mandato da Direção e do Conselho Fiscal, em virtude da pandemia da Covid-19.”
DELEGADOS DA BASE DA UFSC COMENTAM PLENÁRIA DA FASUBRA
Para o coordenador do Sintufsc, Humberto Martins, que participou da Plenária como delegado indicado pela direção do Sindicato, o formato adotado para a condução dos trabalhos restringiu a participação dos delegados.
“Como a Plenária é virtual, pelo aplicativo Zoom, teria um espaço de chat para quem quisesse se manifestar, levantar a mão pra falar, enfim. E no primeiro dia eles deixaram o chat desativado, assim, arbitrariamente, sem conversa, sem colocar em votação. E houve inclusive um pedido, uma proposta para que fosse aberto para o segundo dia, só que a base de apoio da direção majoritária votou contra essa proposta de abrir o chat. Então o chat permaneceu fechado durante a plenária inteira exceto quando a gente foi votar as propostas e em um curto período de tempo, pra não dar chance de se manifestar por ali”
Humberto disse também que “o espaço de fala das entidades de base se resumiu a quatro minutos e dentro dos quatro minutos a gente precisava dar informe, falar da conjuntura, dizer quais foram as decisões que a gente tomou na nossa assembleia acerca dos pontos que eles mandaram no ID anterior e mais o que você quisesse falar, mas em quatro minutos não dava tempo de falar, praticamente, mais nada. Isso estava na pauta para ser tratado em pontos diferentes. Análise de conjuntura seria um ponto e informe de base seria outro ponto, mas eles juntaram os dois pontos em quatro minutos.”
Por fim, Humberto destacou que o mesmo rigor não se aplicava aos membros da majoritária da Fasubra, pois “no meio das falas das entidades de base, tipo assim, a cada cinco falas de entidades de base, uma era para diretor da Federação, então a Federação tomou metade do tempo da Plenária com falas deles e a outra metade ficou para todas as entidades de base se manifestarem.”
João Francisco Gomes Correia, técnico-administrativo em educação (TAE) lotado no Centro de Ciências Biológicas da UFSC, também foi eleito delegado para a Plenária e vai mais fundo na crítica à direção da Federação ao afirmar que “desanima perceber que há mais de duas décadas a Fasubra segue prejudicando o movimento dos trabalhadores em escolas públicas e instituições de ensino federais, induzindo até o afastamento de entidades de base, senão todas construiriam o movimento dos TAEs. Embromam a categoria com o sectarismo nas correntes da ‘majoritária’. Usam o espaço para satisfazerem seus desejos de serem popstar. Enfrentar a opressão, unificar e valorizar o papel de sujeito atuante na história POUCO IMPORTA! NESSE SENTIDO, MINHAS vibrações positivas pras correntes/tendências/organizações de esquerda manterem algum bom exemplo de unidade demonstrada ao enfrentar as eleições municipais! Como consequência desse embuste que restringe e embaraça a ação, expectativas para a Fasubra assumir seu papel de entidade combativa são escassas. Eu gostaria que o debate fosse mais lúcido e menos voltado ao fanatismo das ‘siglas’ integrantes da majoritária. Como delegado fiquei contrariado com a decisão de prorrogação do mandato.”
Já Carlos Antônio Marques, TAE lotado no Campus de Araranguá e o terceiro delegado eleito para a Plenária, tem uma opinião diferente dos colegas. Para Carlos, “a questão da pandemia prejudicou muito a Fasubra que já vinha fragilizada. Então o debate foi importante nesse sentido de construir uma Fasubra forte, porque senão, estaremos mal perante um governo que mês a mês vem nos atacando. É muito complicado a questão da pandemia e a gente sabe que o ideal é ter eleição direta, mas no momento a solução apontada foi a melhor.”
