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Departamento de Odontologia quer volta ao expediente presencial

Departamento de Odontologia quer volta ao expediente presencial

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Nem mesmo os mais de 160.000 mortos pela pandemia, o pico de contágio em nossa cidade e a perda de um TAE do próprio departamento não foram suficientes para conscientizar a Chefia do Departamento
Muito tem se falado sobre o obscurantismo crescente em nossa sociedade. Do terraplanismo ao movimento antivacina. A negação dos fatos, independente das evidências gritantes, tem sido um marco de nosso tempo e aparentemente não está restrito aos círculos mais fanáticos do bolsonarismo. Está enraizado também na instituição que deveria ser a guardiã do conhecimento e o farol civilizatório da sociedade: a universidade.
Na última segunda-feira, dia 26, os Técnicos-Administrativos em Educação do Departamento de Odontologia receberam um infame documento (Ofício Interno nº. 46/ODT/CCS/2020¹) cujo teor trazia uma consulta sobre o “desejo espontâneo e de livre arbítrio para o retorno das atividades presenciais”. Segundo o Prof. Márcio Corrêa, Chefe do Departamento de Odontologia, que assina o documento, a consulta é motivada pela intenção de retorno parcial de atividades de atendimento de emergência de pacientes que já estavam em atendimento antes da pandemia nos projetos de extensão do CEPID e CEMDOR.
Simulando responsabilidade e benevolência, a chefia esclarece que a “intenção inicial seria de dois dias e meio por semana” (como se o vírus respeitasse dia e hora marcada), que “todos os EPIs necessários estarão disponíveis” e que “com as atividades presenciais haverá o retorno dos benefícios de insalubridade e transporte” (chantagem financeira perversa que faz uso do arrocho e da precarização promovida pelo governo federal).
Além dessa absurda retórica, a chefia em questão chega ao absurdo de jogar a responsabilidade sobre os ombros dos trabalhadores, uma vez que a retomada dos atendimentos dependerá do “percentual de adesão de vocês”.
A irresponsabilidade e falta de compromisso com a vida das pessoas se complementa com o despacho realizado pelo mesmo professor nesta última quarta-feira (28), Dia do Servidor Público, registado no Sistema SPA sob Solicitação 042742/2020², em que solicita à Direção do Centro de Ciências da Saúde, à Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD, ao Gabinete da Reitoria e à Comissão Permanente de Monitoramento Epidemiológico da COVID-19 o retorno das atividades laboratoriais das disciplinas teórico/práticas do Curso de Graduação em Odontologia. Uma atitude covarde e negacionista. Assina a solicitação, além do próprio Prof. Márcio, a Coordenadora do Curso de Graduação em Odontologia. Prof.ª Glaucia Santos Zimmermann.
O segundo documento escancara a real intenção do primeiro: mais do que retomar atendimentos emergenciais – que, por alguma razão, não poderiam aguardar mais algumas semanas, após já estarem em suspenso por 8 meses, desde o início da pandemia – o verdadeiro intuito do Departamento de Odontologia é forçar a reabertura das atividades presenciais, falseando a realidade do avanço da pandemia em nossa cidade e em nosso Estado.
No momento em que Florianópolis se torna o epicentro da pandemia em Santa Catarina, com mais de mil casos diagnosticados e previsão ascendente deste número, a Chefia do Departamento de Odontologia, ao que parece, resolve dar uma mostra de alienação ao contexto social e sadismo, com sua contribuição para o aumento desses números. Arriscando famílias de trabalhadores, alunos e usuários de seus atendimentos a se juntar aos mais de 160.000 mortos que a pandemia já fez em nosso país.
Entre esses, vale mencionar uma perda em especial: no último 2 de setembro, o técnico em radiologia do Ambulatório de Radiologia do Departamento de Odontologia, Armando Romualdo Farias deixou amigos e familiares, vitimado pela COVID-19. Nem mesmo a perda de um colega de trabalho, pai de dois filhos, com 25 anos de serviços dedicados à Universidade foi capaz de despertar um mínimo de consciência na Chefia do Departamento de Odontologia.
O SINTUFSC não aceitará tamanho desrespeito à vida dos trabalhadores e da comunidade. Exigimos que a Reitoria e as demais autoridades universitárias adotem o bom senso que o senhor Chefe de Departamento não possui e impeçam essa tragédia anunciada.
Com o objetivo de cobrarmos uma posição firme da Reitoria contrária ao retorno presencial, o SINTUFSC convocou, para esta quarta-feira, dia 04, reunião com as instâncias responsáveis e com a Chefia de Departamento da Odontologia, visto que o retorno, se autorizado, certamente abrirá precedente para que outros setores da universidade retornem antes do momento adequado, colocando em risco a vida dos trabalhadores, seus familiares e comunidade em geral.
Jamais seremos coniventes com qualquer tipo de conduta que venha de alguma forma arriscar a saúde e a vida dos trabalhadores! #TAESPRESENTE
Diretoria SINTUFSC
Juntos Somos Mais Fortes!

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