Representantes das comunidades e das entidades representativas dos servidores do Hospital Florianópolis (HF) estiveram reunidos no dia 27 de julho com a nova Diretora Geral do HF, Dra. Kátia Melo Machado Gerent, que assumiu o cargo no dia 26 de junho desse ano. Participaram da reunião: Cláudia Lopes, da Associação Gente da Gente; Aurélio Pereira, da AME (Associação dos Moradores do Estreito); Sérgio Luiz Piazza, da Comissão Local de Saúde do Estreito; Gilmar Salgado, da CSP Conlutas; Wallace Fernando Cordeiro, diretor do Sindsaúde e Márcio Fortes, diretor do Sindprevs/SC. Os representantes da população e dos servidores cobraram a reabertura Hospital Florianópolis totalmente público e ouviram da Diretora Geral que em janeiro de 2012 a obra, iniciada em outubro de 2009, estará pronta. Sobre a declaração do governador do Estado de que o Hospital seria entregue a uma Organização Social (OS), Kátia afirmou: “Não está nas minhas mãos”.
Kátia Gerent comentou que agora está esperançosa com o andamento da obra. Ela explicou que a principal causa do grande atraso foi a mudança no projeto, que inicialmente previa uma maternidade e posteriormente foi avaliado que era maior a demanda por leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Após entender o que estava se passando e conhecer o contrato firmado com a empreiteira que está realizando a reforma, Kátia contou que passou a cobrar diariamente do Secretário de Saúde o andamento das obras.
Os representantes das entidades comunitárias lembraram repetidas vezes às cobranças da população pela reabertura do HF. Neste mês de julho, o Hospital completou 32 anos de funcionamento como hospital público. Nessas três décadas, a demanda por atendimento de saúde na área de abrangência do Hospital (Florianópolis, São José, Biguaçú e Palhoça, principalmente) deve ter se multiplicado algumas vezes e por isso é tão urgente a reabertura do HF. A Diretora Geral disse que está encaminhando a licitação dos móveis e equipamentos, a contratação dos trabalhadores para os setores que já foram terceirizados (laboratório, nutrição e lavanderia), que já tem a lista dos servidores necessários para colocar o hospital em funcionamento, mas não sabe se o HF continuará 100% público.
Kátia Gerent também afirmou que a quantidade de leitos do HF reduzirá de 80 para 49 leitos, que o Hospital perderá em quantidade mas ganhará em qualidade, e que a quantidade de leitos de UIT (Unidade de Terapia Intensiva) aumentará de 5 para 10, devido a grande demanda que existe na Grande Florianópolis por vagas para essa Unidade. Apesar disso, Wallace do Sindsaúde disse que, infelizmente, no Celso Ramos existem leitos de UTI desativados por falta de funcionários. A Diretora Geral declarou que os leitos serão distribuídos para os setores de Clínica Médica e Cirúrgica de baixa e alta complexidade, Cirurgias de Ortopedia de alta complexidade e principalmente para demandas de Cirurgia Geral de médio porte.
O diretor do Sindprevs/SC, Márcio Fortes, questionou a qualidade da alimentação servida no HF para servidores e pacientes, fornecida pela Sepat. A cozinha da empresa foi interditada pela Vigilância Sanitária e também foi proibido o transporte da alimentação de Joinville até Florianópolis. Ficou comprovado que a empresa não armazenava a alimentação adequadamente durante o transporte, que demorava cerca de quatro horas. Kátia afirmou que está almoçando no Hospital para acompanhar essa questão e que a qualidade melhorou na última semana.
Os representantes das entidades lembraram que o Secretário de Saúde autorizou que uma comissão de cinco membros poderia realizar visitas periódicas à obra do Hospital Florianópolis, para acompanhar o seu andamento. Posteriormente foi enviada uma correspondência ao Secretário de Saúde, reivindicando a oficialização da autorização, mas a mesma não foi respondida. A Diretora Geral explicou que não pode autorizar tais visitas, pois não pode responsabilizar-se pela segurança física dos membros da comissão.
No final da reunião, Kátia listou os pequenos melhoramentos que estão sendo realizados no Hospital desde que assumiu a Direção, há um mês. Todos concordaram que as ações de limpeza, cuidados com o jardim, pintura da área externa e ampliação do refeitório estão ajudando os servidores a recuperar a auto estima pelo local de trabalho. Márcio Fortes afirmou que essas melhorias eram necessárias: “estávamos nos sentindo totalmente abandonados”.
Para os representantes das comunidades e das entidades representativas dos servidores além do desafio de reabrir o Hospital existe um outro ainda maior: impedir que toda essa estrutura de saúde, recuperada com recursos públicos, não seja privatizada e entregue para uma Fundação ou Organização Social. Em abril, moradores, sindicatos e movimentos sociais realizaram um protesto na Praça Nossa Senhora de Fátima e uma passeata contra qualquer forma de privatização do HF. Aqueles que usam e trabalham no Hospital Florianópolis continuarão lutando, até garantir que ele continue totalmente público.
Fonte: Sindprevs/SC
