Após inundação no almoxarifado e patrimônio do HU-UFSC, Sintufsc junto de sindicatos cobra ações de emergência e denuncia riscos de contaminação
07/02/2025Em reunião nesta quinta-feira, 6, o SINTUFSC, em conjunto com Simdlimp e […]
15/04/2024
Na última semana aconteceu a 8ª reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente da Educação, com a presença de representantes da FASUBRA (técnicos das universidades federais), SINASEFE (técnicos e docentes dos institutos federais) e ANDES (docentes das universidades federais).
Mesmo sendo a OITAVA reunião da mesa e com duas categorias envolvidas em greve, o governo federal não apresentou QUALQUER proposta de reposição salarial, que é a nossa principal demanda. O que veio foi a repetição da proposta de dezembro do ano passado e ainda com ameaça de não negociação caso viesse mais greve. Uma clara postura anti-sindical que foi denunciada e logo fez com que retrocedessem retirando a ameaça do documento. Ainda assim, o governo colocou condicionantes para seguir com o processo de negociação, como a exigência de que cada categoria negocie separadamente.
O que entendemos desse documento do governo é que eles estão dispostos a dar apenas os benefícios. Para isso não precisa que as categorias assinem nada. O governo pode muito bem ajustar os benefícios por conta própria.
Nós, do Comando Local de Greve da UFSC apontamos para a não aceitação de uma assinatura da Fasubra para essa proposta. O aumento dos benefícios, ainda que necessário, é injusto na medida em que deixa os aposentados – no geral, sofrendo ainda mais do que os da ativa, porque perdem muito quando se aposentam – de fora. Não se pode fazer acordo deixando os companheiros para trás, por isso a nossa proposta segue sendo: reajuste nos benefícios e também reajuste salarial ainda em 2024. Esse sim é o acordo possível.
No documento o governo ainda diz que vai realizar mesas específicas até julho, um completo absurdo, visto que duas das categorias já estão em greve e o Andes entra nesta semana.
É preciso lembrar que essa ideia de mesa de negociação permanente que vem sendo praticada desde o primeiro mandato do governo Lula nada mais é do que “cozinhar os trabalhadores em fogo baixo”, fazendo com que as mesas se sucedam sem apresentar propostas reais e factíveis. Não vem nada, nem as demandas que têm impacto econômico e nem as que não têm. Nos governos anteriores não havia negociação, mas também não havia enrolação. Ao abrir a ideia das mesas, Lula criou expectativas embora nunca tenha atendido às pautas. Pelo contrário, na primeira grande greve do seu primeiro governo, quando os trabalhadores lutavam contra a reforma da Previdência, ele desmobilizou a luta apresentando a proposta do Plano de Cargos e Salários, que agora buscamos reordenar. Veio o PCCTAE e perdemos a aposentadoria integral.
Outra jogada que teve início com o governo Lula foi a lógica das negociações em separado. Os seus interlocutores apresentam o mantra “não tem dinheiro no orçamento” e jogam uma possível porcentagem que será disputada entre as categorias, criando assim a divisão entre os trabalhadores. Temos de repudiar essa prática. Uma negociação com os trabalhadores da educação seria mais produtiva, a pensar do nosso ponto de vista. Repudiamos isso. Para o governo essa Mesa de Negociação da Educação terminou e ponto final. É só o benefício, recusando qualquer reajuste no salário.
Agora, quando a greve dos TAEs das universidades está em crescimento e toma conta de praticamente todas as IFES no país, a aposta é de novo jogar com a divisão e com a necessidade dos trabalhadores. Oferecem na mesa geral um aumento do vale alimentação, vale creche e vale saúde porque sabem que a situação é tão ruim que qualquer meia pataca ajuda. Com isso buscam anunciar um acordo. Isso não é possível. Não assim. Os TAEs estão em greve, o Sinasefe está em greve, e o Andes também já está entrando. Os trabalhadores querem a equiparação dos benefícios, recomposição salarial, ajustes do Plano de Cargos e mais recursos para as IFES. São estes os termos para a negociação. Jogar com a miséria dos trabalhadores é uma ação perversa e não deve ser aceita.
Nesse sentido, o Comando Local de Greve da UFSC indica a não aceitação dessa proposta rebaixada da Mesa Geral. O aumento dos auxílios tinha sido proposto em outras mesas, antes da greve, como uma decisão do governo, e sempre foi considerado insuficiente. Só esse aumento nos auxílios nunca bastou e não pode ser condicionante para seguirmos ou não na luta.
Agora estamos em greve e queremos negociação a partir do nosso movimento. E queremos negociar agora. Já se vão mais de 30 dias de greve e queremos voltar ao trabalho. O governo Lula tem entre seus princípios ser um governo que dialoga com os trabalhadores, mas esse diálogo deve ser aos moldes de como já nos ensinou Paulo Freire: com duas vias. Não existe diálogo de um lado só.
Queremos sim a equiparação dos benefícios: é uma luta histórica nossa. Mas precisamos do reajuste salarial, que contempla os aposentados, e do ajuste no Plano de Cargos.
Recusamos esse documento da Mesa Geral e exigimos negociação imediata da nossa pauta de greve. É o que esperamos para essa mesa específica do dia 19 de abril. Basta de enrolação e da conversa fiada do déficit zero. Dinheiro tem, mas estão priorizando bancos, agronegócio e empresariado. É tempo de priorizarem os trabalhadores fazendo jus ao nome do Partido que está no governo.
Essa avaliação do comando será apresentada à base do Sintufsc que acontece na terça-feira, dia 16. A base decide. A base é soberana.
Florianópolis, 15 de abril de 2024,
Comando Local de Greve TAEs/UFSC