Segundo Elaine Tavares, que foi sua colega na Agecom, era uma apaixonada pela universidade, valente, energética, sem papas na língua. Leia abaixo o texto de Elaine na íntegra:
“ENCANTOU A MIDA – Mida foi minha colega na Agecom, onde trabalhei por 10 anos. Era dessas mulheres valentes, energéticas, de voz ativa, sem papas na língua. Comprava briga com todo mundo, mas sempre por algo que valia a pena. Seu trabalho era levar e trazer as correspondências, por isso mesmo conhecia todos os caminhos da UFSC.
Assim como o seu irmão, Assis, Mida era uma apaixonada pela universidade. Moradora do Pantanal, ela e seus irmãos encontraram na UFSC seu espaço de trabalho e sempre foram muito gratos por isso. Pagaram e pagam com amor. Ela, Assis, Bion, Tiriri. Ai de quem falasse mal.
Nas greves era a primeira a formar fileira, tomando para si tarefas primordiais. Inesquecível a sua participação na grande greve de ocupação do NPD, quando montamos acampamento em frente ao local onde hoje é o Setic e cerramos as portas do setor, acabando com a farra da internet, que furava a greve. Por 30 dias ali ficamos acampados e Mida imediatamente assumiu a cozinha, junto com Natália, outra compa já encantada. Tomava conta das panelas, providenciava o almoço, mantinha o café quentinho e botava pra correr qualquer um que se atrevesse a meter a mão no acampamento.
Se hoje todos nós, TAEs, temos um salário digno, devemos a gente como Mida, que entrou de cabeça na luta pela incorporação da GAE, uma gratificação que mascarava o salário. Foram dias lindos. Nas eleições para reitor, brigávamos, sempre em grupos diferentes. Mas, na defesa da universidade, era irmã. Nunca falhou.
Mida viveu de maneira intensa, tomando sua cerveja, pitando um cigarro. Quando perdeu o Assis, baqueou. E, depois de aposentada ficou doente, perdendo muito de sua habitual energia. Agora, encantou. Mas, será sempre eterna na lembrança dos seus companheiros de luta. Alegro-me por saber que, em vida, sempre lhe dediquei respeito, carinho, amor e homenagens.
Porque é assim que tem de ser, em vida. Agora, enquanto escrevo, posso vê-la chegando à porta do céu, com o cigarrinho entre os dedos, gritando no seu jeitão espevitado. ‘Vai abrindo essa porta aí, porra! Tô entrando…’. E, São Pedro, sorrindo, com um copinho de cerveja na mão… ‘Entra, Mida, seja muito bem-vinda à casa da beleza’.
Meu carinho aos familiares!”
O SINTUFSC presta solidariedade aos amigos e familiares neste momento de luto.
