NOTA DOS CAs

EXIGIMOS DA REITORIA E DA DIREÇÃO DO CFH QUE REVEJAM SUA POSIÇÃO AUTORITÁRIA E ABRAM O DEBATE SOBRE AS 30 HORAS

Sem nenhum debate prévio com a comunidade do CFH e da UFSC, a Direção do Centro e a Reitoria anunciaram em julho que pretendem impor a cobrança por ponto das 40 horas no CFH e na UFSC. A Direção do Centro afirmou que a questão da jornada não estava em discussão, e que essa era uma decisão tomada pela Reitoria e pelos diretores de Centro.

Essa comunicação veio logo após o fim de uma greve cuja reivindicação central da pauta local era justamente a luta pelas 30 horas. A greve terminou com um acordo entre os trabalhadores e a Reitoria de que a proposta seria discutida amplamente na comunidade universitária, para em seguida haver o encaminhamento ao Conselho Universitário.

Os Centros Acadêmicos do CFH que assinam esta declaração consideram grave a ruptura unilateral, por parte da Direção do CFH e da Reitoria, do acordo que pôs fim à greve na UFSC. Exigimos que a pauta e a luta por melhores condições de trabalho no CFH e na UFSC sejam respeitados pelos seus gestores.

A luta por uma jornada de trabalho reduzida é comum a toda a classe trabalhadora ao longo da história, e tem todo o nosso apoio. Na UFSC, a luta por 30 horas é também a luta pela ampliação do atendimento, pois a lei prevê que os setores que atendem ao público de forma contínua por 12 horas ou mais podem se organizar em turnos de trabalho de seis horas diárias e trinta horas semanais.

No CFH e na UFSC, nos interessa ter acesso às secretarias e demais setores por mais tempo. A Universidade não é uma empresa, que possa ter o atendimento em horário comercial das 8h às 12h, das 14h às 18h. O CFH e a UFSC têm aula todos os dias das 7h30m às 22h, e o horário dos setores precisa acompanhar esta demanda!

O atendimento contínuo e ampliado aos estudantes e à comunidade ao longo do dia e no período noturno só serão garantidos quando forem oficializadas as 30 horas. Conforme prevê a Lei (decreto 1590/95, Art. 3º), cabe à Reitoria decidir pela ampliação do atendimento, com esta medida. É um passo inteligente, que amplia o atendimento à comunidade ao mesmo tempo em que melhora as condições dos trabalhadores.

Justamente por isso, essa medida tem sido adotada por reitores e diretores de diversas universidades e institutos tecnológicos federais, como o IFSC.

Chamamos a Direção do CFH e a Reitoria a reverem a sua posição de ruptura do acordo de greve. Não queremos que haja uma nova greve dos trabalhadores da UFSC, desta vez motivada pela intransigência da Reitoria e dos diretores de Centro.

Exigimos da Direção do CFH e da Reitoria que revejam esta postura intransigente e retomem o processo de negociação com os trabalhadores da UFSC. Somos solidários à luta dos trabalhadores. Exigimos ainda que a Reitoria e a Direção do CFH organizem os debates prometidos e nunca cumpridos sobre esse tema. Queremos que a comunidade possa conhecer as diferentes visões antes de uma tomada de posição. Queremos que a posição dos estudantes seja ouvida. Não aceitamos a imposição e o autoritarismo, não importa da onde venha!

Uma atitude repentina e autoritária, tomada na iminência das férias acadêmicas, sem qualquer debate com a comunidade, não condiz com a democracia sempre buscada neste Centro. O CFH deve ser crítico e refratário a esse tipo de atitude de qualquer Reitoria, mesmo que a atual Reitora venha de nosso Centro. Devemos sim propor o caminho do debate das posições e possibilidades, para com ampla participação chegar a uma decisão que atenda as demandas dos estudantes, trabalhadores e da comunidade da UFSC.

Florianópolis, julho-agosto de 2014

Centro Acadêmico Livre de História – UFSC – CALH
Centro Acadêmico Livre de Geografia – Caligeo
Centro Acadêmico Livre de Antropologia – CALANT
Centro Acadêmico Livre de Filosofia – Cafil
Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais – CALCS

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