Poucos dias antes do início do ponto eletrônico, a situação de insegurança dos trabalhadores do Hospital Universitário (HU) da UFSC diante da determinação da administração central de iniciar na primeira semana no mês de abril o controle eletrônico de frequência foi a tônica da reunião de mais de duas horas entre a direção do SINTUFSC e os trabalhadores na manhã desta terça-feira (29) no auditório do hospital.
Participaram da mesa Celso Ramos Martins e Dilton Mota Rufino, pela coordenação do sindicato, além do assessor jurídico da entidade, advogado Guilherme Querne, que fez esclarecimentos sobre os aspectos legais e as estratégias de enfrentamento da questão pela via judicial. Guilherme ressaltou que o viés da luta política contra a medida deve ser reforçado.
O advogado alertou que é preciso ter cuidado com as medidas judiciais, sob pena de revés que pode prejudicar a todos. “O Judiciário é conservador e precisamos de argumentos sólidos com base em brechas legais. Essa é uma luta histórica da categoria, lembro que o primeiro parecer que fiz sobre as 30 horas foi em 2000, há 16 anos”, afirmou.
Celso Ramos Martins abriu sua fala fazendo uma retrospectiva histórica da questão do ponto eletrônico e da luta política feita pela categoria contra a medida nas gestões do reitor Álvaro Prata e da atual reitora Roselane Neckel. “Estamos fazendo pressão, vamos continuar fazendo pressão pelas 30 horas para todos na UFSC e vamos para o embate político”, destacou ele.
Na fala dos participantes da reunião, o clima de insatisfação é quanto aos critérios de implantação, sem isonomia e iniciando pelo Hospital, que tem características próprias de atendimento ao público. Ricardo Egídio da Rocha, da coordenação do SINTUFSC, também defendeu a luta contra o ponto eletrônico que, para ele, vai iniciar pelo HU como decorrência da adesão à EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
Na parede do acesso ao interior do hospital já estão instalados oito novos modelos de ponto eletrônico com controle biométrico, a ser efetivado através da impressão digital. O cadastramento está sendo feito até o final desta semana em duas mesas instaladas no corredor do HU.
O diretor do Hospital Universitário, Carlos Alberto Justo da Silva, o professor Paraná, participou da parte final da reunião e respondeu a diversos questionamentos dos técnicos presentes. Ele ressaltou que o reitor eleito, professor Luís Cancellier, pretende rever a portaria da atual administração que regulamentou a jornada de 30 horas.
Durante a reunião foi tirada um comissão para fazer o acompanhamento do processo de implantação do controle eletrônico de ponto no HU, formada pelos dirigentes do SINTUFSC e quatro técnicos do Hospital: Cláudia Candemil, Fabrício Guimarães, Gabriela Pedroso e Jakeline Carbonera. O grupo pretende relatar os problemas que forem verificados com o novo controle de frequência para dialogar com a direção do hospital e a administração central da universidade.