Depois da deliberação da primeira assembléia do ano, realizada no dia 26 de março, no hall da reitoria, os estudantes da UFSC fizeram uma semana de mobilização em defesa do RU – Restaurante Universitário.
Os atos começaram no dia 30 de março. Durante a semana toda eles passaram nas salas de aula, para conversar com os alunos; fizeram intervenções políticas e artísticas na fila e dentro do Restaurante Universitário e realizaram um grande “bandejaço” na porta do Gabinete do Reitor, com o slogan: “Prata, lave o meu prato”.
No dia 2 de abril, uma quinta-feira, as mobilizações da Semana do RU mostraram sua força numa audiência pública com a administração da universidade, realizada no auditório da reitoria.
Diante de uma platéia de cerca de 200 estudantes, o reitor Álvaro Prata e sua equipe, a diretora do RU, Deise de Oliveira Rita; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Cláudio José Amante; o pró-reitor de infra-estrutura, João Batista Furtuoso; o chefe de gabinete, José Carlos Cunha Petrus e mais o ouvidor da UFSC, Arnaldo Podestá Jr; escutaram as críticas e receberam as reivindicações dos estudantes em relação ao sistema atual do RU.
Diógenes Moura Breda, do DCE, que na audiência estava representando uma comissão criada para discutir e tentar solucionar os problemas do RU, apresentou as principais dificuldades enfrentadas pelos estudantes, como o tamanho das filas, a dificuldade na compra do passe, a ausência de opções para vegetarianos e a falta de ventilação dentro do restaurante.
Medidas
emergenciais
Os estudantes entregaram um documento ao reitor, com medidas emergenciais para solucionar os problemas do restaurante. As principais são: mais pontos de venda de passes no campus da Trindade e abertura de um ponto de venda no CCA, abertos das 8h às 18h; reorganização da Ala B, de forma que possa utilizar toda sua capacidade; abertura imediata da terceira ala, onde atualmente funciona o centro de capacitação; criação de uma comissão permanente de acompanhamento do Restaurante Universitário, formada pela direção do RU, trabalhadores e estudantes, de composição paritária e com poder de decisão.
No documento também havia propostas de medidas de médio prazo, como a elaboração de um projeto de ampliação do RU que possibilite o atendimento a pelo menos 50% dos estudantes, mantendo seu caráter público; abertura do RU noturno público e substituição dos copos plásticos por canecas duráveis.
Muitos estudantes reclamam que com a aprovação do Reuni aumentou o número de estudantes sem que a universidade se preparasse para recebê-los. Isso fez com que as filas do RU aumentassem. Eles lembraram que o Reuni foi aprovado de forma truculenta, inclusive com a presença da Polícia Federal no campus.
Os estudantes fizeram muita pressão para que os problemas do RU fossem solucionados. Durantes as falas ouviam-se palavras de ordem no auditório:
“Ah, eu já sabia! Com o Reuni a fila aumenta todo dia”.
Diógenes Breda disse ao reitor que a “UFSC do século XXI”, seu slogan de campanha, “não pode permitir essa fila enorme todos os dias no RU”. Ele afirmou que os estudantes estão cansados de apenas conversar com a reitoria. “Queremos respostas, soluções e é para ontem”, enfatizou.
Ao tomar a palavra, a primeira frase de Álvaro Prata foi: “considero as reivindicações pertinentes e me comprometo com todas elas”. Disse isso erguendo na mão o documento entregue pelos estudantes.
Após ser cobrado de datas e prazos, o reitor afirmou que as reivindicações são viáveis e que pode executá-las. Mas destacou as dificuldades enfrentadas com as licitações, que, segundo ele, podem fazer com que as soluções demorem mais.
O reitor ainda defendeu algumas medidas que pioraram o atendimento, conforme os estudantes, como a troca das bandejas por pratos. Ele também defendeu o Reuni, dizendo que o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais “é extremamente legítimo e necessário”.
Os estudantes consideram que a audiência foi vitoriosa. Pois, além de tornar público o assunto e apresentá-lo oficialmente à administração central, houve um comprometimento público do reitor e conseguiu-se a formação de uma Comissão de Trabalho paritária.
