Nilton Cezar Pereira – Representante junto ao CUn
Prezados Funcionários Técnico-Administrativos
No dia 26/05/09 ocorreu mais uma sessão ordinária do Conselho Universitário – CUn, que abaixo vos relato.
A sessão deu início no formato padrão, leitura e a aprovação das atas da sessão anterior.
Após isso, deu-se início aos trabalhos com o processo: Requerente: PREG/DAE
Assunto: Inclusão no Calendário Acadêmico dos Concursos Vestibulares 2009/02.
Relator: Prof. Juarez Vieira do Nascimento.
Após algumas colocações de conselheiros que solicitaram esclarecimentos, foi submetido em votação e aprovado por unanimidade.
Em seguida o processo: Requerente: PREG, Assunto: ENEM? Proposta da Câmara de Ensino de Graduação para a utilização do Novo ENEM no processo seletivo da UFSC.
Relator: Prof. Felício Wessling Margotti.
Após a leitura do parecer do relator, deu-se início aos debates, que tiveram intensa participação dos conselheiros, questionando e solicitando informações adicionais, bem como apresentando sugestões e receios em relação ao novo modelo sugerido pela PREG.
A efervecência da discussão, foi na seguinte direção: não é pelo fato de não se concordar com o modelo atual de entrada, ou seja, que devamos adotar o ENEM às pressas, somente porque o governo sugere.
Para muitos conselheiros, o novo modelo do ENEM sequer foi disponibilizado ainda, então por cautela, devemos aguardar para tomar uma decisão mais segura em relação ao método de acesso na UFSC.
O que vale ressaltar aqui nesta discussão também é que a proposta da PREG, é de utilizar somente 20% da nota do ENEM para somar a nota total do vestibular, sendo esta opcional, e sendo que ainda, em caso de a nota do ENEM reduzir o conceito final do vestibular ele é descartado. Segundo um conselheiro, foram feitas simulações com valores de 10%, 20% e 30%, e os resultados revelaram que 10% não iria interferir em nada, já os 30%, resultaria em grandes alterações enquanto que os 20%, segundo esclarecimentos deste conselheiro que participou do processo, seria um valor considerado ideal para este primeiro momento de implantação e ainda seria uma forma de a UFSC avaliar os alunos que entraram utilizando o ENEM como elemento de incremento na nota do vestibular.
MINHA PERCEPÇÃO?
“O vestibular não é o melhor método para se selecionar candidatos para uma universidade como a UFSC, pois todos sabemos que não é com métodos de decorar que o processo de conhecimento se consolida, conforme é colocado por muitos que o processo de vestibular é apenas uma decoreba, no entanto, não podemos dizer também que os alunos que passam na UFSC, são adestrados para decorar, pois no seguimento dos cursos de graduação, sem a capacidade de raciocinar e inter relacionar os conhecimentos, não se chega a lugar nenhum. Se ocupamos destaques em posicionamentos de melhores do Brasil, é porque nossos alunos possuem boa capacidade de entendimento das coisas e são capazes de materializar os conhecimentos nas diversas áreas. Outro fato marcante, é que o método é utilizado por mais de 40 anos aqui na UFSC, e dizer que ele é totalmente falho, é dizer que colocamos os piores aqui dentro, o que considero que não é verdadeiro, segundo meu entendimento.
O que deve ser refletido é a possibilidade de aperfeiçoamento do método de acesso, buscando-se pescar realmente os melhores indivíduos, os mais preparados e os mais capacitados a darem continuidade no processo de transferência do conhecimento entre a academia e a sociedade, no que diz respeito a formação do indivíduo gerado nos domínios da instituição. É preciso ter em mente, que não podemos nos atropelar por medidas, que muitas vezes são politicamente corretas, mas que não necessariamente, atingem a verdadeira missão de uma instituição de ensino superior como a nossa”.
Também foi colocado por um conselheiro, que a mídia já estampa nos diversos canais de circulação de que a UFSC irá adotar o ENEM como critério de seleção, deixando alguns conselheiros um pouco descontentes, haja vista a decisão ainda não ter sido definitiva por parte do conselho universitário, que é o órgão deliberativo maior da UFSC.
Por fim, após a sugestão e intervenção de vários conselheiros, o Reitor retirou de pauta o Processo, que deverá ser encaminhado para a procuradoria para avaliação jurídica em relação ao item ?opcional? em relação ao aluno utilizar ou não o ENEM.
Foi dada uma explicação em relação ao? opcional? de utilizar o ENEM na média, pois alguns candidatos não realizaram o ENEM então como medida de precaução, o ENEM seria opcional para o candidato.
O tema deverá retornar ao conselho e epera-se que os conselheiros se atualizem no assunto, buscando-se um entendimento e uma resposta definitiva.
Após isso, o Vice-Reitor apresentou os números atualizados do REUNI.
REUNI? Implantação dos cursos e andamento das obras.
Foram apresentados os valores já gastos com obras e os recursos que serão gastos nos anos seguintes. Alguns desenhos dos futuros campis também foram disponibilizados na apresentação e o que se pode dizer
é de que o REUNI vai muito bem obrigado, segundo uma percepção que tive durante estes últimos meses e também hoje, no entanto, não podemos de deixar de mencionar que existem problemas sérios em vários setores da UFSC com falta de profissionais, falta de espaço físico e outros elementos necessários ao bom funcionamento da academia, conforme foi colocado por alguns conselheiros, e sendo assim, o REUNI é merecedor de um acompanhamento permanente, visando-se identificar fragilidades e se perceber se existem sobrecargas no sistema UFSC como um todo, principalmente em setores já exigidos fortemente pelo sistema existente.
E assim se deu mais uma sessão
Nilton Cezar Pereira
Representante junto ao CUn
Oi Nico,
1) Em relação ao ENEM – COTAS: Entendo o ENEM e as COTAS como uma
fórmula mágica da política do governo em querer resolver os problemas da
educação do País com o mínimo de recursos financeiros. O governo deixa
de investir na educação de primeiro e segundo grau, mediante melhores
ambientes de ensino e melhores salários, para discriminalizar os
cidadãos brasileiros, criando cotas e discriminalizando pobres e ricos,
brancos, pretos e pardos. Todos os cidadãos devem ter acesso a educação
nas mesmas condições, seja ela privada ou pública, as escolas devem dar
as mesmas condições de ensino. Para tanto, há a necessidade investir em
todas as esferas educacionais e não em fórmulas mágicas. A escola
pública está falida, com professores ganhando mal, estressados,
ambientes sociais problemáticos, sem a devida assistência social,
pedagógica e psicológica. Só falta o governo lançar a candidatura do
Ministro de Estado da Educação, como o salvador da educação brasileira,
com estas práticas. Também acho precitado mudar a regra do jogo no meio
do campeonato. Os estudantes habilitados a fazerem o próximo vestibular,
estão investindo todo seu esforço intelectual na fórmula atual. Mudar as
regras neste momento sem a devida publicidade é muito temerário.
2) Em relação ao REUNI, tenho agumas considerações da qual te submeto a
seguir:
a) Quando da distribuição dos 70 servidores do cargo de *”Assistente em
Administração*”, a justificativa política para a permanência de 70% dos
novos servidores técnico-administrativos na Reitoria foi o
dimensionamento. Só que para o dimensionamento, até agora, não foi
apresentado o relatório, justificando a distribuição. Pra quem está nos
centros de ensino, nas entrelinhas, como eu e você, ficou como critério
para a dita distribuição adotada a carga horária. Parece que nos órgãos
vinculados a Reitoria não há problemas na carga horária, e que, somente
lá há insuficiência de técnico-administrativos e os centros não. Parece
que é somente nos centros que existem problemas com a carga horária e
que em função desta carga horária está sobrando gente pelo ladrão nos
centros de ensino. No entanto, entendo que tanto nos centros como na
reitoria há problemas na questão da carga horária, já devidamente
identificado pela Auditoria (CGU). Acho que existem diversos setores
vinculados diretamente a Reitoria que não cumprem as oito horas diárias.
Hoje, nos centros, os técnico-administrativos estão proibidos de ficar
doentes, veja o problema que o teu Departamento (civil) está
enfrentando. O Roberto, Chefe de Serviço de Expediente, acidentou-se e
não temos ninguém para substituí-lo, todo serviço burocrática está
estrangulado, e têm uma série de atividades a ser implementada como o
PAD e programação acadêmica do próximo semestre. Esta lógica está
presente na maioria dos Departamentos de Ensino e Coordenadorias de
Cursos. A alternativa indicada pelos gestores da reitoria para os
Diretores de Centro é unificar as Secretarias de Expediente dos
Departamentos e das Coordenadorias, adotando como solução as
experiências existentes no CCS e no CSE, uma forma administrativa para
amenizar a carência de servidores técnico-administrativos nos centros de
ensino. Na verdade, falta servidores técnico-administrativos para
Coordenadorias de Curso, Departamentos de Ensino, Laboratórios de
ensino, estágio, etc. A “*/_área fim_/*” está estrangulada e pede
socorro. Justamente na “*/_área fim”_/* em que toda demanda do REUNI
será implementada (vagas, ambientes de ensino, cursos novos), enfrenta
esta fragilidade. Acho que essa fórmula mágica encontrada para amenizar
a carência de servidores nos centros de ensino pode ser adotada na
Reitoria, também. Existe diversos setores na Reitoria que ser
transformados em uma única secretaria. Poderiam transformar as
Pró-Reitorias existentes em 4 (quatro) grande, quais sejam: PESSOAL,
DISCENTE, ACADÊMICA (PESQUISA, GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO) E
EXTENSÃO/CULTURA/ARTE. A reestruturação deve ser INSTITUCIONAL, temos
muitas pró-reitorias, departamentos administrativos, divisões, etc para
serem agregadas em únicas secretarias. Veja as universidades
particulares, que funcionam como verdadeiros colégios, fábricas de
diplomas, lá é assim. Será que este é o caminho?
b) Relativamente acerca das funções gratificadas existentes nos centros
de ensino, há 28 anos que a estrutura de funções gratificadas é a mesma,
tanto em número, como em valor. Temos supervisores de laboratórios,
coordenadores de pesquisa, ensino e pesquisa, coordenadores estágio,
coordenadores de graduação, coordenadores financeiros, coordenadores de
manutenção, agora o agente patrimonial, sem qualquer incentivo
financeiro. Enquanto na Reitoria qualquer atividade nova temos
gratificações.
c) Nestes últimos 28 anos, houve um enxugamento da máquina
administrativa (aposentadorias, exonerações, falecimentos) dos centros
de ensino, e em contrapartida expansão de cursos de graduação e
pós-graduação, expansão predial, descentralização de diversas atividades
da REITORIA, hoje executadas pelos Centros de Ensino, sem qualquer
política de reposição de pessoal.
c) No momento em que há a oportunidade para corrigir algumas distorções,
com as funções gratificadas do REUNI e com contratação de novos
Servidores, a Reitoria acata pra si as benesses da reestruturação e
manda o ônus para os centros de ensino. Foram beneficiados na
reestruturação pelo Reuni com funções gratificadas diversos setores da
REITORIA, mas principalmente os Setores de Controle, como Procuradoria,
SEPLAN e Auditoria. Nos Centros de Ensino, somente as coordenadores de
cursos de Pós-Graduação, além do Departamento de Gestão do Conhecimento,
foram contemplados com a FG1, fora do escopo do REUNI, pois o
investimento é para a GRADUAÇÃO. Então, hoje todos os Coordenadores de
Pós-Graduação que não percebiam a Função Gratificada estão ganhando,
enquanto os Chefes de Serviços de Expedientes destas mesmas
Coordenadorias não ganham FG4. Então, resolveram o problema dos
Coordenadores da Pós-Graduação, mas não resolveram os problemas dos
Chefes de Expedientes de Serviços destas Pós-Graduações e dos
Coordenadores da Graduação – justamente com recursos do REUNI que é para
investir na GRADUAÇÃO.
d) De 2009 a 2012, vão ser acrescentadas somente no Campus da Trindade
mais de 1600 vagas para diversos cursos de graduação, em detrimento do
número insuficiente de servidores previstos para ser contratadas para
atender a esta demanda. Aliás, atualmente, o número de servidores
técnico-administrativos nos centros é insuficientes para atender a
demanda atual, e com certeza vai piorar com nova demanda. Para piorar a
situação nos próximos 05 (cinco) anos um número significativo de
servidores técnico-administrativos vão se aposentar e não estamos
assistindo qualquer movimentação para massificar alguma estratégia de
reposição.
Estas são pequenas reflexões que compartilho contigo, nesta sua
empreitada, como representante dos técnico-administrativos no CUn.
Abraços,
Eugênio Luiz Gonçalves