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SINTUFSC ASSINA NOTA COLETIVA CONTRA O ACEITE DE SÉRGIO COLLE COMO PROFESSOR VOLUNTÁRIO

SINTUFSC ASSINA NOTA COLETIVA CONTRA O ACEITE DE SÉRGIO COLLE COMO PROFESSOR VOLUNTÁRIO

O professor Sérgio Colle é conhecido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por posicionamentos de extrema-direita misóginos e racistas, pelos quais responde a um processo administrativo. Recentemente, Colle foi aposentado por idade. Nesta sexta-feira, dia 04/12, uma reunião do Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Tecnológico (EMC-CTC-UFSC) votará o pedido de serviço voluntário de professor aposentado de Colle. O objetivo desta carta é opor-se à aprovação deste pedido.
Enquanto pesquisador, Colle possui um currículo excelente, sendo referência internacional na área de energia solar e membro da Academia Nacional de Engenharia. Entretanto, a missão e os valores da UFSC não incluem apenas resultados de pesquisa científica. Pelo contrário: a missão tem como perspectiva a “construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida”. Dentre os valores, pode-se destacar que a UFSC se diz “Uma Universidade inclusiva, capaz de olhar para os mais diversos grupos sociais e compor um ambiente em que impera o respeito e a interação para com todas as diversidades, nacionalidades, classes, etnias e pessoas com deficiência, comprometendo-se com a democratização do acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade para todos, de forma a superar qualquer desigualdade, preconceito, exclusão ou discriminação, construindo uma sociedade mais justa e harmônica para as gerações vindouras”.
 
Durante seus mais de 40 anos de atuação como professor da UFSC, o professor Colle opôs-se a esses valores. Para ilustrar esta oposição, citaremos trechos de mensagens enviadas pelo professor na lista de discussão do CTC no e-mail institucional da UFSC. Estas mensagens foram divulgadas em 2019 pela Coletiva Centospé, e o próprio Colle ratificou a veracidade das mesmas em uma reportagem publicada pelo Jornal da Cidade.
 
Colle assumiu publicamente seu posicionamento racista, ao chamar cotista de imbecis e macacos: “A lógica da falsidade e inutilidade tem por objetivo cooptar a enormidade de imbecis do coletivo brasileiro (sobretudo os cotistas das universidades), de que o subdesenvolvimento científico deve-se a tal dominação.Ora, a patuleia simiesca, e por conseguinte, deseducada, absorverá este tresloucado discurso, até porque eles tem preguiça de pensar (…)”⁴. O xingamento a cotistas foi repetido em uma nova série de e-mails da mesma lista de e-mails, que continua sendo um canal institucional para professores abertamente exibirem seus preconceitos.
 
Num debate sobre cotas na pós-graduação, Colle chama cotistas de “medíocres” e diz que seu ingresso será responsável pelo fechamento de cursos de pós-graduação. Colle também já exibiu orgulhosamente sua misoginia ao falar de um evento de mulheres na engenharia solar: “Convenhamos que há uma relação entre mulheres e energia solar. Mulheres bem produzidas são usuárias de energia solar e de protetores solares. Espero que em tal evento haja uma exposição de mulheres bonitas, com os clássicos biquínis a absorver energia solar para nosso deleite (…) Espero que nosso laboratório seja visitado pelas participantes, preferivelmente bonitas e/ou simpáticas”⁴. Colle expôs sua visão de que mulheres e cotistas têm participação excessiva na política universitária ao criticar o programa Mulheres na Ciência: “Mas quem promove uma ideia bestialoide dessa é um espertalhão. Ora, ainda estamos numa fase primitiva de caos que é a eleição para reitor e as mulheres constituem uma boa fração do eleitorado, a exemplo dos cotistas (…)”⁴.
 
Colle reiterou sua posição contra as eleições na matéria do jornal da cidade: “Urge uma ação de caráter executivo do Governo Federal, a fim de intervir nas universidades no bojo de novas leis, que venham suprimir de pronto a perniciosa eleição direta para reitor (…)”⁵. Nos e-mails divulgados pela Coletiva Centospé, também há falas homofóbicas, xingamentos a feministas e elogios a ditaduras.
 
*Assinam essa carta:*
Associação Brasileira de Energia Solar
Centro Acadêmico de Engenharia de Materiais
Fotovoltaica-UFSC
Centro Acadêmico de Engenharia Mecânica
Coletivo Feminista Mulheres na Engenharia UFSC
Centro Acadêmico Livre de Antropologia
Centro Acadêmico de Design e Design de Produto
Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção
Centro Acadêmico Livre da Computação
Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina
– SINTUFSC
Centro Acadêmico Livre de História (CALH)
Centro Acadêmico Livre de Química

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