Agora no mês de setembro, dia 23, encerra-se o ciclo da atual coordenação colegiada do Sintufsc, gestão “Unidos na Luta”, que durante o período 2007/2009 conduziu os trabalhos e a luta do sindicato. O grupo da atual diretoria colegiada entrega a coordenação do Sintufsc com a certeza do dever cumprido e com o compromisso de permanecer na luta, junto com os trabalhadores da UFSC, para enfrentar os desafios que ainda virão.
Nesses dois anos de trabalho o grupo conseguiu manter todas as contas do sindicato em dia, dando continuidade à política de respeito, sanidade e transparência com o dinheiro dos trabalhadores. A sede do Sintufsc, que já havia sido toda reformada em 2006, foi melhorada ainda mais, ganhando um novo auditório, que recebeu o nome de um grande lutador da universidade, José de Assis Filho. Móveis e equipamentos dos setores também foram substituídos, para oferecer condições adequadas e humanizadas aos trabalhadores do sindicato e a todos que freqüentam a sede do Sintufsc.
Além de dar conta das demandas administrativas do Sintufsc e de deixar tudo organizado para o grupo que assume a coordenação em setembro, a atual diretoria atuou intensamente na política e na luta, sempre de acordo com o Estatuto, as decisões de assembléia e do plano de lutas da categoria, discutido e aprovado a cada dois anos, durante o Consintufsc.
Em defesa do HU
Uma das principais bandeiras de luta da categoria, a defesa intransigente de tudo que ainda resta de público neste país, foi encaminhada sem que esforços fossem medidos. Nesse período diversas atividades e atos foram realizados no HU – Hospital Universitário, um dos setores da UFSC ameaçado de privatização, através da proposta do governo de criação das Fundações Estatais de Direito Privado. Graças à luta realizada pelos trabalhadores local, estadual e nacionalmente, o projeto foi retirado da pauta de votação do congresso, mesmo tendo sido aprovado em todas as comissões. É preciso no entanto ficar alerta, e não afrouxar a luta, porque após períodos eleitorais é prática dos governos imporem medidas adiadas por serem impopulares. Basta lembrar da reforma da previdência, em 2003, no primeiro mandato do governo Lula.
O povo em luta faz a lei
O Sintufsc também não ficou restrito a lutas somente da universidade e dos hospitais universitários, também se envolveu intensamente com as batalhas de outras categorias e foi um dos que propuseram, em 2008, a reorganização do Mucap – Movimento Unificado Contra a Privatização, que travou durante todos esses meses a luta contra a privatização da energia, da água, da segurança, dos serviços de saúde, como o do Hemosc, Cepon e HU. Como parte do Mucap, o Sintufsc também apoiou a luta dos praças, que buscam melhores condições salariais e de trabalho, e de tantos outros setores que o governo tenta privatizar através das OSCIPS – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, OSs –Organizações Sociais, PPPs – Parcerias Públicos Privadas e Fundações Estatais.
Junto ao Mucap o Sintufsc participou de atos de rua e paralisações. Participa também da Campanha “O povo em Luta faz a Lei” que visa coletar assinaturas para um projeto de iniciativa popular, para anular a lei que Luiz Henrique aprovou para privatizar a saúde, a educação, a cultura, como já fez com o Hemsoc e Cepon. Isso tudo para garantir que setores vitais para a população permaneçam públicos e com serviços de qualidade.
Vestir a camisa pelas 30 horas
O dever de casa também foi cumprido com a intensificação da luta pela oficialização das seis horas, para atender a comunidade no mínimo 12 horas ininterruptas na UFSC. O sindicato levantou vasto material, estudou as leis, buscou experiências que deram certo, as quais relatou em reportagens e discutiu em debates, e fez muita pressão junto à administração da universidade para que as 30 horas sejam oficializadas e garantam a igualdade na UFSC. Foram realizadas várias audiências com a reitoria, inclusive uma pública, com toda a equipe de Álvaro Prata, que aconteceu em abril, depois de muita pressão da coordenação e da categoria.
A luta pelas seis horas permanece desafiante, agora com a organização do GT 6 horas. Faixas com frases em defesa das seis horas estão espalhadas em todo o campus e os trabalhadores estão vestindo a camiseta da campanha: “Seis horas para fazer bem”.
A diretoria do Sintufsc também acompanhou de perto problemas e dificuldades dos trabalhadores nos setores de trabalho, como no caso dos técnicos do RU – Restaurante Universitário, que há muito tempo lutam por condições dignas de trabalho.
O assédio moral no trabalho foi combatido duramente por esta diretoria, que fez várias incursões nos setores, a fim de solucionar problemas específicos de trabalhadores que estavam sendo assediados. Em todas as conversas com o reitor, a administração e a direção do HU esse tema da violência do trabalho foi debatido e exigida uma política humanizadora, de respeito com os trabalhadores.
Nesses dois anos o sindicato também esteve presente nas lutas nacionais e diversas vezes enviou representantes para participar das discussões da Fasubra, em Brasília, sempre levando em mãos as decisões da base de Santa Catarina para defender as propostas do nosso Plano de Lutas.
Acompanhou os desdobramentos do acordo da greve de 2007, fiscalizando e atuando para que o governo cumprisse a tabela de reajuste salarial nos anos de 2008 e 2009. Colocou em prática os principais pontos do histórico Plano de Lutas da categoria, apoiando diversas iniciativas dos movimentos sociais.
Além dos muros, luta com política, arte e cultura
Representantes da categoria participaram do XX Confasubra, que aconteceu em maio, em Poços de Caldas, Minas Gerais. Um congresso histórico da federação, que aprovou a desfiliação da Fasubra da CUT, defendida pelo Sintufsc, que já se desligara da Central em 2004.
A formação política e o acúmulo de saberes também foram prioridades nesta gestão, que organizou diversos seminários, debates e cursos para a categoria.
A segurança no campus foi outro assunto que esteve sempre presente durante esse período. O Sintufsc criou o GT – Segurança local e ajudou a organizar o Seminário Nacional de Segurança nas Ipes, que aconteceu em janeiro de 2009, e foi um dos maiores e mais bem organizados de toda a história, segundo a avaliação dos mais de 200 participantes de todo o Brasil.
A atividade de outros GTs também foi retomada e hoje funcionam a todo vapor no sindicato os GTs Carreira, Educação, Saúde, Segurança, Aposentados e 6 horas.
O trabalho do setor jurídico do sindicato também foi acompanhado de perto pela atual gestão, que, em sincronicidade com os advogados, procurou manter e ampliar os direitos da categoria, garantindo ganhos em ações e preservando direitos coletivos e individuais nos tribunais. O advogado Silva passou a atender na sede do sindicato as ações civis dos filiados.
A vida cultural e esportiva também foi garantida. Foram realizados torneios de futebol e várias festas de confraternização, como as de fim de ano, das crianças e as festas juninas. Além dos festivais de primavera (Eko Porã) e o Dia Nacional do Saci e seus Amigos.
Política Pública de Comunicação
Durante o período em que a gestão “Unidos na Luta” dirigiu os trabalhos do Sintufsc, a comunicação do sindicato também aprimorou sua atuação e hoje é reconhecida por outras entidades de todo o país. O setor produziu livro, cartazes, camisetas de luta, cartilhas dos Aposentados, Alerta Geral, O Povo em Luta faz a Lei, e amplo material de comunicação, como a cobertura completa do Confasubra.
Sempre com o propósito de conduzir, com responsabilidade, um projeto coletivo amparado na ética e no respeito à dignidade humana. A página do sindicato na internet e o jornal Circulação também foram reformulados e ganharam novo visual, facilitando o acesso e a interação.
Por fim a direção atual do Sintufsc assegurou a realização das eleições do sindicato, de forma transparente e democrática, para atender as necessidades da política construída pelos trabalhadores.
