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Universidade sob ataque: reitoria omissa e covarde!

Universidade sob ataque: reitoria omissa e covarde!

Aqueles que tentam há anos destruir as universidades públicas encontram na UFSC uma importante aliada: sua reitoria
Não é de hoje que diversos setores da sociedade atacam as universidades públicas. Dos grupos econômicos da educação privada à mídia conservadora, os ataques à Universidade são cotidianos.
Em Santa Catarina, a realidade é cruel: a manipulação da opinião pública operada por jornalões como o Notícias do Dia, e seus pseudojornalistas Moacir Pereira, Cacau Menezes e Renato Igor possuem notáveis aliados no parlamento catarinense, como os deputados estaduais Jessé Lopes e Bruno Souza. Diariamente, a universidade e seus trabalhadores são atacados com suas mentiras. Quando a comunidade se levanta e reivindica melhores condições de estudo, trabalho, permanência, surgem as críticas falaciosas. Quando o governo corta financiamento, persegue politicamente servidores e não respeita as decisões democráticas da universidade – garantidas constitucionalmente, o silêncio cúmplice ou o apoio cínico.
Exemplo disso a vergonhosa moção de repúdio contra a UFSC e o Colégio de Aplicação aprovados na ALESC no último 23 de junho. Ignorando as evidências científicas e o mais primário direito que possui o ser humano – o direito à vida, professores e servidores do Colégio de Aplicação que se recusam a expor a si mesmos, seus familiares e a comunidade em geral aos riscos da pandemia são sorrateiramente atacados, tidos como responsáveis pelo fato de o Colégio de Aplicação não ter retornado às aulas, ainda que os números relativos à pandemia do COVID-19 continuem a manifestar o descontrole da situação em nosso estado e no país. Entretanto, deputados e grande mídia ignoram por completo o outro grande motivo para o não-retorno: a total ausência de condições de infraestrutura, motivados pelos cortes orçamentários.
Lamentavelmente, a ação desprezível dos atores políticos do liberalismo encontra na Administração Central da Universidade silêncio cúmplice. Não se vê nem o mínimo que se esperaria de uma reitoria, que seria a defesa da instituição e seus integrantes. Para além da omissão covarde, a reitoria se soma a esses atores na missão de destruir a Universidade.
Exemplos disso não faltam. O verdadeiro caos administrativo, a naturalização do déficit de servidores, o assédio moral como método de gestão de pessoas e o avanço da privatização da universidade são os legados que esta Administração deixará para o futuro.
Nas questões do trabalho, as lacunas deixadas pelas Pró-Reitorias em termos de orientações e normatizações – especialmente considerando o regime excepcional de trabalho remoto – vão para além da pura incompetência: são uma política de gestão feita para conservar os poderes das chefias, e permitir que cada uma trate seu setor de trabalho como um feudo deslocado do restante da universidade.
Não à toa, a política de avaliação de servidores e de Estágio Probatório proposta pela Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PRODEGESP) confere à chefia imediata um peso de 55% no resultado. Ou seja, ainda que determinado trabalhador seja bem avaliado pela equipe de trabalho, pesa o fato de a razão de ser da instituição – a comunidade – sequer ser ouvida no processo, e a chefia, independente da possibilidade de haver situações de conflito ou assédio, possuir para si o poder de determinar o destino do trabalhador. Os que ousam se levantar contra tal absurdo relatam pressões e represálias.
Para quem conhece o dia a dia da universidade, tal proposta vinda da PRODEGESP não surpreende. A truculência e a total falta de compromisso com a qualidade do trabalho já haviam sido vistas durante o processo de implantação do famigerado ponto eletrônico na instituição. Ignorando todas as críticas, que iam desde questões políticas a outras verdadeiramente administrativas, a Pró-Reitora Carla Burigo, alegando deveres jurídicos sabidamente falsos, ligou seu trator e atropelou a todos, numa política que afetaria a vida de todos os trabalhadores da universidade de forma negativa.
Não obstante, a reitoria não teve nenhum constrangimento em revogar as portarias de 30 horas, distribuídas a esmo durante o último processo eleitoral, configurando um grandioso estelionato político que provavelmente não encontra precedentes na história da nossa universidade.
Em meio à maior pandemia da história do país, seria natural supor que a Administração resguardasse seus profissionais da saúde, lotados no Hospital Universitário. Tratados nas mídias sociais como heróis, e no local de trabalho como palhaços, estes trabalhadores tiveram, durante o período de pandemia, seus adicionais de insalubridade cortados parcialmente, perderam o direito à folga nos dias de ponto facultativo e passaram a ser cobrados pelas refeições nos locais de trabalho – um direito conquistado há décadas, fundamental para aqueles que se alternam entre os diversos hospitais da cidade com o objetivo de salvar vidas. A EBSERH destrói o HU apoiado pelo silêncio da Reitoria, que optou por abandonar seus trabalhadores.
Não foi à toa que, para que a EBSERH tomasse as rédeas do HU, precisou fazê-lo dentro de um batalhão da Polícia Militar. Também não foi à toa que o maior lobista dessa aprovação – o Professor “Paraná”, tenha sido recompensado por seu esforço com o cargo de Secretário de Saúde do município de Florianópolis, tendo sido anunciado de dentro do Gabinete da Reitoria, em visita do prefeito eleito Gean Loureiro ao então Reitor Cancellier.
Nem mesmo diante dos enormes cortes orçamentários a reitoria ousou se manifestar. O máximo que se viu foram declarações de autoridades do segundo ou terceiro escalão da universidade, expondo à imprensa os cortes como questões contábeis, alienadas de qualquer causa política. Como solução, a busca por emendas parlamentares, facilitadas pelas relações dos mandatários universitários com grupos de poder de todo o estado, a exemplo daqueles que viabilizaram a implantação do curso de Medicina no campus Araranguá.
Por falar nos campi, também não foi surpreendente a decisão de elevar a ex-diretora do campus Joinville à condição de vice-reitoria. Dessa decisão, tomada inicialmente alheia ao órgão máximo da instituição, o Conselho Universitário, infere-se que tal campus, localizado dentro de um parque empresarial da cidade mais populosa do estado, e conhecido por ser um verdadeiro polo de denúncias de assédio moral no trabalho, é um modelo a ser espalhado por toda a UFSC.
Por essas e por outras que não causa estranheza, pela segunda vez em um período de um mês, a recusa da Reitoria em dialogar com os trabalhadores da Universidade sobre suas condições de trabalho. No dia 11 de junho, a Administração simplesmente se recusou a comparecer à audiência pública que discutiria o retorno das atividades presenciais na UFSC. E agora comunica à Diretoria do SINTUFSC que também não participará da audiência convocada para discutir as condições de trabalho no Hospital Universitário, audiência esta demandada pelos próprios trabalhadores do HU.
Estas são as grandes características da gestão Ubaldo: a covardia e a omissão. Não é exagero afirmar que a atual administração se esforça diariamente para deixar sua marca como a pior da história da universidade. A que mais flagrantemente aprofundou suas mazelas. Acirrou os conflitos nos locais de trabalho. Naturalizou as deficiências econômicas. Ignorou os apelos da comunidade. E aplicou, com obediência canina, o mantra do Ministério da Educação do Governo Bolsonaro, que desde a campanha elencava a universidade pública no rol de inimigos.
Nem mesmo um reitor interventor deste governo aplicaria com tanta desfaçatez e cinismo o receituário que está levando nossa amada UFSC a tão triste destino: sua destruição.
Esperamos que, tal qual uma fênix, a universidade tenha a capacidade de se reerguer após a devastação causada por estes que hoje a dirigem. Sabemos que só existe uma maneira de reverter a devastação implantada pela reitoria: a união dos trabalhadores e dos estudantes que são os verdadeiros pilares de sustentação da UFSC. Somente a ampla participação de todas as categorias da comunidade universitária pode manter a UFSC como uma das principais do país e da América Latina, orgulho do estado de Santa Catarina!
SINTUFSC – Juntos Somos Mais Fortes!

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