Reflexo dos tempos sombrios vividos pela comunidade universitária da UFSC com os episódios que culminaram no suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo no início do mês passado, o tema do abuso de autoridade foi a pauta da aula pública realizada na última segunda-feira (27/11) e que acabou se transformando num ato público de resistência ao abuso de poder e ao facismo, além da reafirmação da autonomia universitária. O evento reuniu a comunidade universitária e convidados no auditório Garapuvu para ouvir os argumentos em defesa dos fundamentos do Estado democrático de direito.
A aula pública foi aberta pelo reitor pro tempore da UFSC, professor Ubaldo César Balthazar, que destacou a importância da iniciativa para que a Universidade possa virar a página de um momento trágico, superando a dor e fazendo de tudo uma oportunidade de aprendizagem. O senador paranaense Roberto Requião, autor de um projeto de lei contra o abuso de autoridade intitulado Lei Cancellier, foi um dos oradores da tarde, com um discurso contra as práticas adotadas pelos policiais e autoridades públicas sob o manto do combate à corrupção. O professor da UFSC e procurador geral do Estado, João dos Passos Martins Neto, fez a leitura da nota que elaborou no dia da morte de Cancellier, a quem apontou como uma vítima da injustiça e do direito.
O padre Vilson Groh fez uma reflexão conjunta com a plateia, lembrando dos mais de 150 jovens assassinados nas periferias de Santa Catarina ao longo de 2017, vítimas da violência e exclusão social. A aula pública foi organizada pela Reitoria da UFSC e pelos integrantes do Coletivo Floripa Contra o Estado de Exceção. A iniciativa faz parte da luta contra esta conjuntura de abuso de poder, buscando conscientizar as pessoas sobre a importância de denunciar e coibir a legitimação de um Estado policialesco.
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