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Análise de conjuntura do comando de greve do Sintufsc – dia 14 de junho de 2011

14/06/2011

Análise de conjuntura do comando de greve do Sintufsc – dia 14 de junho de 2011

Durante a reunião do comando do Sintufsc os trabalhadores fizeram uma avaliação de conjuntura em função de que não têm visto esse procedimento por parte do comando nacional, e sem compreender as forças que estão em ação neste momento na conjuntura fica bem difícil pensar táticas e estratégias. Na compreensão dos trabalhadores Brasília está muito amorfa, sem que se saiba qual é o tipo de pressão que o comando vai encaminhar na marcha do dia 16.

Segundo as falas já é hora de as forças que foram derrotadas na plenária da Fasubra assumirem a greve com força total. Também não é mais possível aceitar a postura de alguns dirigentes que seguem apostando na mesa de negociação permanente, sabendo-se que esta proposta já se esgotou, inclusive na posição do governo em cortar a discussão de forma unilateral.

Também é importante que se comece a questionar a qualidade da educação que está sendo oferecida nas universidades em greve, sem Restaurante Universitário, sem Biblioteca, sem as condições. Como isso é possível? Qual é a posição dos professores e dos estudantes. Na UFSC, o DCE já tirou um documento de apoio.
Também temos de questionar o governo sobre o corte dos 50 bilhões, tirando verbas da saúde, educação e se gurança. Vamos aceitar a cantilena de que não há dinheiro para os trabalhadores?

Importante saber que há alguns grupos e lideranças dentro da Fasubra que se colocam o tempo todo na defesa do governo, protegendo as propostas e atitudes governamentais.

O governo federal tem uma base parlamentar que se divide entre momentos de fortaleza e fraqueza, dependendo do que está em jogo. O governo tem dependido de negociatas para fazer passar seus interesses na Câmara de Deputados e Senado. O governo está refém do capital, ficando claro que a aliança é com ele, isso pode ser visto na votação do código florestal.

Também é importante alertar que há questões ainda pendentes que significam grandes perdas para a sociedade em geral e não só para os trabalhadores. O projeto de privatização dos HUs segue sobre nossas cabeças, a proposta de previdência privada para os trabalhadores públicos também está em andamento, assim como temos de encaminhar a luta pelos 10% do PIB para a educação, coisa que até hoje o governo não cumpriu.

Foi avaliado de que este governo está fraco diante do sistema capitalista. Já se rendeu a todo mundo. Se rendeu aos latifundiários, se rende ao Sarney e a elite nacional que está impondo suas pautas. Isso significa que é hora dos trabalhadores entenderem que é preciso uma medida de força. A força do capital está em alta e a única maneira de os trabalhadores avançarem é construir uma luta forte, na rua, com ações radicais. O governo só vai abrir negociação se sentir a força dos trabalhadores. Então, esta é uma hora de avançar. Daí o questionamento sobre o que está sendo planejado para o dia 16. Qual ato será realizado? Uma caminhada sem direção ou haverá alguma ação forte, de ocupação a algum órgão?

O governo Dilma está sucumbido diante dos ditames internacionais, como já foi visto no código florestal. Já em relação ao projeto de nação tudo está muito claro, não há uma posição favorável aos trabalhadores.

O movimento sindical está muito diluído, fragmentado, falta solidariedade entre os trabalhadores. O governo está articulado com o capital, os trabalhadores só estão perdendo. Vive-se um momento de crescimento econômico, com muitos empregos sendo oferecidos e muito pouco se questiona da qualidade destes empregos. É difícil fazer a crítica nesse quadro em que a maioria da população está colocada diante de um quadro qualificado como bom.

Acredita-se que a melhor ligação que se pode fazer nesta conjuntura é com a saúde. A própria mídia tem trabalhado bastante esse setor, mostrando os absurdos que acontecem no país. Se conseguirmos mostrar que está havendo a privatização de tudo, inclusive da saúde, passando pelas florestas, presídios, educação etc… Há uma regressão dos direitos dos trabalhadores, coisa que se fortaleceu com a reforma da previdência em 2003. Para se ter bastante clareza, os novos trabalhadores que estão chegando agora já não tem os mesmos direitos que os mais antigos têm.

Importante mostrar para a população o porquê do ataque sistemático aos hospitais universitários e o que está por trás de tudo isso.
Sabe-se que há uma cooptação dentro do movimento sindical mas isso teremos de ir debatendo no dia a dia, mostrando aos companheiros que é unicamente a luta que nos dará vitória neste movimento já iniciado.

Já basta de choramingar. É hora de fazer a luta com força e com entusiasmo.
Este foi o resumo das falas no comando que expressam várias visões, mas mantem-se unido na necessidade da luta.

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