O comando de greve dos trabalhadores da UFSC se reuniu na tarde do dia 28, quarta-feira, para uma rodada de avaliação da conjuntura, que pautou a assembléia desta quinta-feira, dia 29, e encaminhada ao Comando nacional, uma vez que este mesmo não faz qualquer análise.
Eduardo iniciou a análise dizendo que não vê com bons olhos a idéia de que uma possível apresentação de calendário de reuniões por parte do governo possa mudar o rumo do movimento. Isso já foi feito antes e só deu furada. O que é necessário, mais do que nunca é fortalecer a greve nas IFES. Avaliou que é muito difícil mobilizar a categoria, mexer com mais de 180 mil pessoas e depois sair de greve com uma promessa. Isso nunca. Sugeriu que o CNG também realize avaliações e mande para as bases para que se possa ter uma noção do que está de fato acontecendo em Brasília.
Veridiana falou sobre a necessidade de sabermos muito bem quais são as nossas forças nesse movimento, como está colocado o governo e o que vamos negociar, em que bases. Também lembrou que é preciso que o CLG avance no debate da pauta interna.
Rodrigo falou que o relato do Jorge sobre o CNG mostra bem a fragilidade da greve, uma vez que o comando está fraco. Até agora não conseguiu encaminhar uma análise de conjuntura. Sobre qualquer possibilidade de aceno por parte do governo, só pode ser levado em consideração se for algo concreto em cima das reivindicações. Os relatos sobre a reunião com o Sinasefe mostram que o governo quer mesmo é enrolar. Ele defendeu a realização de um ato no dia 05 de julho na capital em parceria com os demais trabalhadores públicos. Devemos também agir e mobilizar localmente.
Elaine comentou a nota técnica do Sindifisco que mostra através de um estudo bem detalhado a situação do governo federal na relação com os gastos relativamente aos trabalhadores. Desde o famoso ajuste dos anos 90 até hoje a Lei de Responsabilidade Fiscal foi usada como um freio para evitar aumentos salariais, mas o estudo mostra que o Brasil é um dos países que menos investe nos trabalhadores, mantendo num nível de 30 a 35% os gastos com salários, bem abaixo que muitos países. Não há justificativas plausíveis para que o governo se negue a melhorar os vencimentos dos trabalhadores. Em borá todos saibam que a maior fatia do bolo é para pagar dívidas. Também deixou claro que a categoria não deve aceitar de forma alguma qualquer calendário de negociação como motivo para sair da greve. Só o compromisso real com a pauta pode fazer com que isso seja discutido. Falou da necessidade de o Sintufsc assumir o comando na chamada de um ato local com os SPFs, para que a gente possa dar mais visibilidade a luta.
Eduardo avaliou que ainda há muita gente nos postos de trabalho e que precisa haver um trabalho mais meticuloso de chamada desses colegas. Sugeriu fazer uma caminhada de apoio aos professores estaduais que estão em greve a 41 dias e já com corte de salários. Também sugeriu que a greve crie um fato político de maior repercussão me Brasília.
Vela analisou que a greve na UFSC sempre foi como está sendo. Muitos param, mas poucos se mobilizam. Disse que só há uma coisa que resolve a questão da mobilização e apontou para a Fasubra a idéia de um acampamento em Brasília para dar visibilidade à greve e para incomodar o governo. Segundo ele, a Fasubra pode colocar mais de 50 mil pessoas acampadas em frente ao planejamento ou ao Congresso. Segundo ele, a entidade não está cumprindo seu papel e apontou para o fato de que faltam lideranças fortes no movimento, dando como exemplo a luta dos bombeiros no Rio e a dos trabalhadores na Grécia.
Rodrigo lembrou que o governo já entendeu através de uma auditoria que a terceirização é prejuízo, que o Brasil está na rabeira no que diz respeito ao investimento em serviço público e isso precisa ser lembrado nas mesas de negociação e nas conversas com a imprensa. Colocou como necessidade de a Fasubra aproveitar a greve para rearticular o debate sobre a Carreira.
Antônio avaliou que há muito zum zum zum e pouco coisa concreta sobre o que pode oferecer o governo. Acredita que temos de avaliar bem as nossas forças e a do governo, avaliar o movimento em nível nacional e não ficar observando realidades locais. Segundo ele, na UFSC, a greve iniciou muito bem. Agora se está entrando em outra fase, está esfriando o ânimo com essas informações de que o governo não quer negociar em greve. Disse que está preocupado com as posições do comando, com o que disseram as lideranças na mesa com o ministro de que se estivesse “ a assinatura do ministro no documento não haveria a greve”. Disse que a greve é um instrumento e que agora precisa ser intensificada.
Celso avalia que a situação na UFSC está muito boa e que 150 pessoas nas assembléias é um número bem satisfatório. Respaldou a proposta de se encaminhar a realização de um acampamento em Brasília.
Elaine colocou a idéia de se promover uma caminhada até Brasília a exemplo de como fazem os agricultores do MST. Avaliou que isso daria visibilidade diária ao movimento e que os trabalhadores poderiam encontrar aí a força para a mobilização. Essas caminhadas poderiam sair de cada estado em direção à Brasília, causando um grande fato nacional. Os caminhantes iriam parando nas cidades, discutindo com a população. Seria uma caminhada pedagógica. Seguiria a metodologia do MST, respeitando a condição das pessoas, podendo inclusive ser efetuadas trocas para garantir que a coluna avançasse sem problemas.
Vela se colocou contra essa proposta dizendo que os trabalhadores já estão velhos e não agüentariam. Defendeu que se botasse força no acampamento.
Antonio avaliou que os trabalhadores das universidades não teriam o pique dos agricultores. Segundo ele os professores estão iniciando um processo de greve e isso pode fortalecer a luta dos TAs. Também insistiu na necessidade de se discutir o HU.
Encaminhamentos:
. Sugerir à Fasubra a montagem de um acampamento em Brasília
. Sugerir que a Fasubra chame o GT Carreira para Brasília para discussão e estudos.
. Que a Fasubra envie para as bases as informações sobre os HUs. Se estão parados, como estão fazendo a luta etc…
. Rearticular o GT Carreira local
