CARTA ABERTA À COMUNIDADE DA UFSC
As Instituições Federais de Ensino Superior são referência em qualidade de ensino, pesquisa e extensão, cuja manutenção interessa a todos. Dessa maneira, a prestação de serviços à comunidade tem de ser preservada e defendida por aqueles que, como nós, Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs), docentes e estudantes, estão comprometidos com a Instituição. Existe, contudo, muita resistência do Governo Federal para a melhoria da qualidade da educação no ensino superior, havendo piora significativa nas condições de trabalho, de ensino e de infraestrutura oferecida na Universidade. Ao mesmo tempo, entretanto, em que se diz não existir verbas para manter os serviços públicos funcionando com qualidade, percebemos grandes gastos com a construção de enormes obras, que possuem pouca ou nenhuma perspectiva de uso após o final de eventos como a Copa do Mundo. Queremos investimentos para a Educação!
A realidade das universidades e, especificamente, dos TAEs é muito diferente daquela divulgada pela propaganda oficial e pela grande mídia. Por isso, queremos explicar os motivos pelos quais aderimos a greve nacional da categoria a partir do dia 17 de março de 2014:
– OFICIALIZAÇÃO DA JORNADA DE 30 HORAS : quantos usuários já precisaram de atendimento no horário do almoço ou no período noturno e encontraram as portas fechadas? Pois você sabia que em 2013 foi realizado um estudo técnico-jurídico que comprovou que a UFSC tem todas as condições para funcionar IMEDIATAMENTE por pelo menos 12 horas ininterruptas em todos os setores, com a possibilidade dos usuários poderem intervir na definição de seus horários de atendimento? Essa medida garantiria a isonomia de atendimento para os usuários e a isonomia de jornada de trabalho para os TAEs. É legal, é viável e é necessário!
– CARREIRA: você gostaria de ser contratado e ver seu poder aquisitivo cair ano após ano enquanto todas as suas contas e custos aumentam? Nós também não! Só entre 2011 e 2013 tivemos uma perda de 13,25% em nossos salários em relação à inflação. A desvalorização salarial impacta nas condições de permanência de trabalhadores nas Universidades Federais, em detrimento de outras carreiras do serviço público, pois os TAEs possuem o menor salário-base, o menor vale-alimentação e o menor auxílio-creche do serviço público! A valorização da educação passa pela valorização dos trabalhadores da educação, TAEs e professores!
– CONTRA A IMPLANTAÇÃO DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH: o hospital universitário, referência no Estado de SC, que atende 100% SUS (GRATUITAMENTE), poderá ser privatizado, sob o argumento de que essa negociação representaria a salvação dos HUs. Tal medida, contudo, acarretará na intensificação do sucateamento da saúde pública brasileira. Por um HU 100% SUS, pelo direto à saúde, dizemos “NÃO” À EBSERH!
– NÃO À PERSEGUIÇÃO E CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA! Na UFSC, constatamos que pelo menos 25% dos TAEs já sofreram ou sofrem com assédio moral. E com a intensificação da luta por direitos, a perseguição também aumenta, junto a ameaças de processos administrativos! Por relações democráticas de trabalho!
MAS POR QUE GREVE, E NÃO OUTRAS FORMAS DE LUTA? a greve é um instrumento de pressão dos trabalhadores para terem suas reivindicações atendidas quando as outras formas de negociação já foram esgotadas. Antes de uma greve sempre há negociações, grupos de trabalho etc. E foi depois de todas estas outras formas de luta, que chegamos à essa greve! Mas a greve também é momento de reflexão, de proposição de mudanças, de ação! Esse é momento de refletirmos sobre as atuais condições e o futuro próximo da Educação Brasileira!
Temos ainda outros pontos na pauta e se você quiser entender mais, procure o Comando Local de Greve e acesse o site do SINTUFSC (www.sintufsc.ufsc.br)
COMANDO LOCAL DE GREVE DOS TAES DA UFSC
