Conselho adia julgamento do recurso de trabalhadora

Conselho adia julgamento do recurso de trabalhadora

Os trabalhadores técnico-administrativos em Educação da UFSC estiveram reunidos em assembleia geral da categoria na tarde desta terça-feira (28/8) no hall da Reitoria da Universidade para acompanharem a sessão do Conselho Universitário (CUn) que avaliaria o recurso da trabalhadora Juliane de Oliveira, que teve reprovado seu relatório de estágio probatório por quatro centésimos e está sob ameaça de exoneração. O próprio relator do recurso, conselheiro Antônio Alberto Brunetta, participou da primeira parte da assembleia e explicou aos trabalhadores os motivos pelos quais pediu mais prazo para a conclusão de seu parecer. A mesa dos trabalhos foi dirigida por Celso Ramos Martins, Cláudio Silvano e Dilton Mota Rufino, da coordenação do SINTUFSC.

Brunetta destacou os passos que vem dando para analisar de forma minuciosa tanto o recurso da trabalhadora, com quase duzentas páginas, quanto o relatório de avaliação, com outras tantas. Segundo ele, para ter um parecer completo sobre o caso terá que se aprofundar em dezenas de questões que vem levantando. O relator se colocou a disposição da direção do sindicato e da comissão que vem acompanhando o assunto. Disse que está de portas abertas para ouvir contribuições em sua análise. O chefe de gabinete da Reitoria, Áureo Moraes, também falou aos trabalhadores e garantiu que a administração e o conselho universitário irão continuar ouvindo a categoria para chegar a uma deliberação sobre o caso.

Celso Ramos Martins, coordenador geral do  sindicato, ressaltou a importância da unidade com que a luta em defesa da trabalhadora vem sendo feita, sem maiores divergências entre os envolvidos. Ele reforçou a importância do diálogo e do entendimento para que o desfecho seja favorável a Juliane. Entre os encaminhamentos aprovados na assembleia está a construção de um movimento unificado contra o estado de exceção, com uma possível paralisação da universidade como reação aos ataques que vem sofrendo.

Houve também reclamações quanto ao tratamento recebido pela categoria ao ver reduzidos seus espaços de representação. Neste sentido, foi aprovado encaminhamento de um pedido de explicações ao Conselho Universitário no caso de aprovação de medida para reduzir o número de representantes dos técnicos-administrativos no Conselho de Unidade do Centro Socioeconômico (CSE-UFSC) de três para apenas um trabalhador. Hélio Rodack Filho, membro da Comissão Interna de Supervisão da Carreira (CIS-UFSC) fez a leitura de um poema durante a assembleia, relatando parte do sentimento de discriminação sofrido pelos trabalhadores. Confira o teor do texto mais abaixo.


Poema O Educador “Menor”*
Eu sou o Educador “Menor”.
Me chamam de apoio, T.A., servidor…
Servidor? Ora, servidor somos todos!
Mas, alguns mais servidores do que outros…
Eu não dou aula,
Eu não posso ser Reitor.
No Ensino, na Pesquisa e na Extensão,
Eu não posso ser ator.
Me falta, antes do nome, o título de “Doutor”.
Não sou Doutor,
Não sou Professor,
Não sou Reitor…
Sou só o tal “servidor”.
O meu saber nem sempre é visto.
“Tu és o apoio”, assim me é dito.
Mas falte este apoio, este servidor,
Na hora sou lembrado pelo tal doutor…
Ah doutor, se tu soubesse,
Que este mero servidor sabe também educar…
Edificar salas… também é educar.
Por livros na biblioteca… também é educar.
Por comida no prato de estudantes… também é educar.
Conduzir veículos, organizar laboratórios,
Efetivar matrículas e colocar pagamentos em dia…
Também é educar.
Não quero ser rude, doutor.
Mas, eu, também, sou educador.
*Poema apresentado no IX FNCIS, de autoria do TAE Hélio Rodak de Quadros Júnior, da UFSC.

Compartilhe em suas redes:

Veja outras matérias

Visão Geral da Privacidade

Assim como em outros web sites, o web site https://sintufsc.com.br/ (adiante, o “Web Site” e/ou o “Portal”) utiliza uma tecnologia denominada “cookies” .