Cidades catarinenses como Florianópolis, Itajaí e São Francisco do Sul cancelaram na última semana a programação de festividades de fim de ano com o objetivo de evitar aglomerações. A precaução foi tomada em meio a uma contínua e preocupante disseminação de coronavírus, a confirmação da transmissão comunitária da variante ômicron e as recentes mortes por H3N2 no estado.
De acordo com o Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (NECAT) da UFSC, coordenado pelo professor Lauro Mattei, a taxa de transmissão da Covid-19 ainda é elevada em Santa Catarina. O boletim do NECAT, publicado em 17 de dezembro de 2021, afirma que a média semanal de casos foi de 114 registros diários, enquanto a média semanal móvel de óbitos foi de 6 mortes ao dia, indicador que revela a continuidade da pandemia no estado. Dessa forma, Santa Catarina continua detendo o 2º maior coeficiente de incidência da doença no país a cada 100 mil habitantes.
O boletim de número 84 do NECAT conclui que, de acordo com o conjunto de indicadores da doença no estado, não deve-se permitir nenhum relaxamento em relação às medidas de prevenção e de controle da doença.
Em contramão a análise científica realizada pelo NECAT, e as medidas restritivas adotadas por alguns municípios catarinenses, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicou na última semana do ano a Portaria Normativa 416/2021/GR, que estabelece a partir de 10 de janeiro de 2022, a retomada das atividades presenciais em todas as unidades administrativas e acadêmicas da Universidade (UFSC) e no HU (HU/UFSC), de acordo com a Fase 2.
De acordo com o Guia de Biossegurança da UFSC a fase 2 deveria iniciar somente quando o número de novos casos diários e óbitos na macrorregião de cada campus (Florianópolis, Araranguá, Blumenau, Joinville e Curitibanos) apresentar decréscimo nas duas semanas anteriores, além de registrar uma ocupação inferior a 60% de leitos de UTI no SUS e a margem superior do índice que representa o número médio de contágios a partir da pessoa infectada a cada dia, denominado Rt, encontrar-se igual ou inferior a 0,95 no território catarinense.
Em Florianópolis a taxa de ocupação de leitos de UTI está em 74%, já em Joinville a taxa de ocupação é de 80%. Araranguá, Curitibanos e Blumenau apresentam percentuais inferiores a 60%.
De acordo com o boletim do NECAT, o Rt, indicador que mede a taxa de transmissão do vírus na população, ficou em 0.958 no período entre 22.06 e 14.12.2021 em Santa Catarina. Mas em regiões como na Grande Florianópolis, esse indicador está em 0.984 (Grande Florianópolis) mostrando que na região a transmissão do vírus ainda é preocupante e está acima dos parâmetros previamente estabelecidos pela Universidade para o retorno presencial.
