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CARTA ABERTA À REITORIA DA UFSC

04/06/2024

CARTA ABERTA À REITORIA DA UFSC

Estimado Reitor, Irineu Manoel de Souza
Tivemos conhecimento da reunião que o presidente Lula terá com os reitores no dia 10 de junho. Não sabemos o quanto essa reunião foi puxada pela Andifes, já que não temos visto nada sobre o assunto nem na página nem nas redes da entidade. Mas, o fato é que ela finalmente acontecerá. Pelo que se nota no tom da convocatória, o tema do encontro será sobre o orçamento das universidades, ponto de honra do nosso movimento grevista, pelo menos no que diz respeito aos trabalhadores da UFSC.

Como o reitor bem sabe, nossa categoria há muito esperava por uma administração que mudasse a lógica de poder na UFSC. Por isso mesmo votou em massa no seu nome. Sabíamos que não seria fácil, afinal seria uma universidade herdada de uma administração bastante omissa como foi a do Ubaldo, além do trágico período de abandono vivido durante a pandemia. O desafio era e é grandioso, até porque é praticamente impossível levantar a universidade com o orçamento atual.

Diante disso, entendemos o discurso do reitor quando afirma que, apesar de tudo, com a ajuda de trabalhadores dedicados e estudantes bolsistas, nossa UFSC tem conseguido sobreviver. Acreditamos na sua intenção de valorizar. Mas, esperamos que o reitor mude o tom da prosa. Não é possível seguir louvando o trabalho – irregular – dos estudantes, nem a desgraça dos trabalhadores. Há que expor as feridas. Essa ainda é a melhor maneira de fazer a sociedade entender que como está não é possível seguir. Porque senão, parece que está tudo bem, o pessoal se esforça e lá vamos nós. Não está tudo bem! O desgaste é grande, as doenças são inúmeras, o estresse cresce e até a saúde mental se esfacela. Não há que louvar esse sacrifício. Não somos cordeiros. Somos trabalhadores e queremos viver a universidade que sonhamos e pela qual lutamos.

Nesse sentido, esperamos do senhor, nessa reunião da Andifes, que seja firme na chamada de uma mesa de negociação que garanta uma melhoria significativa na vida daqueles que fazem parte da categoria mais mal paga do executivo (colocamos em anexo a contraproposta protocolada pelo Comando Nacional de Greve no Ministério da Gestão e Inovação em 29/05/2024 a qual solicitamos sua defesa junto ao Presidente da República). Sem esse compromisso por parte do presidente Lula, de que adianta mais recursos? De que adiantarão prédios renovados, estruturas rearranjadas se os trabalhadores seguirão arrochados e superexplorados? Da mesma forma, entendemos que não é possível trabalhar bem – caso tenhamos ganhos salariais – sem o incremento do orçamento. Por que adiantará o salário se a universidade estiver ruindo?

Assim, como o nosso compromisso de trabalhadores em luta se casa com o da recomposição orçamentária, gostaríamos que o compromisso do reitor também casasse com o dos trabalhadores. Não há um sem o outro. Contamos com a sua intervenção nessa reunião a nosso favor e esperamos que seus pares atuem em consequência. Que não aceitem uma discussão do orçamento sem antes definir a vida dos trabalhadores. Esses são os momentos em que o discurso precisa se transformar em ação.
Acreditamos e esperamos!

Trabalhadores da UFSC

 

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